Drogas, o círculo vicioso!
Desde o início das civilizações há registros de envolvimento dos indivíduos com drogas, seja álcool, tabaco e outras derivadas de plantas e animais e dependendo da cultura com maior ou menor intensidade. Então podemos dizer que a busca pelo prazer através de artifícios é da natureza humana. Ocorre que nos tempos modernos, com um cidadão urbano e com uma vida em sociedade cada vez mais precarizada, há o desenvolvimento de novas toxinas que somente são possíveis pelo maior conhecimento da ciência sobre o comportamento e como o homem sente prazer ou como funciona o cérebro humano.
Então não deveríamos nos assustar como a busca pelo prazer, pois se trata de uma defesa do organismo, pois o contrário é a dor e jamais vamos em busca da dor, podemos correr o risco de sentir dor, porém aí depende do risco, ou de como percebemos o risco de sentir dor.
A sociedade sabe que apenas 10% dos que se envolvem com drogas conseguem sair do vício?
Porque temos tantos jovens envolvidos com as drogas? No Brasil isso se tornou um câncer social, temos o que chamo que círculo “vicioso”:
- As mulheres precisam trabalhar para ajudar no sustento e dar melhores condições para a família.
- Os filhos quando pequenos ficam com babás, com a vó ou em muitos municípios ficam na creche, assistidos e alimentados o dia todo, portanto sob cuidado.
- Ao iniciar o ensino fundamental começa o problema, escola somente em meio período, um turno na escola, e o outro? Em casa? Ou na rua ou condomínio com amigos e de todas as idades, já que é comum se ver crianças de sete anos junto com jovens de 17?
- A partir de dez anos então, as crianças já pré-adolescentes e quase 50% semi-alfabetizados, não conseguem acompanhar a escola, pois na 5ª série, precisa ler e interpretar, começam a ter baixo desempenho na escola, com muita liberdade, muitos saem sozinho, começam a não ir a escola, ou ficam com grupo de “amigos” no contra turno, ou “ficam” em shoppings, esquinas, mas sempre em grupo.
- Com o grande acesso a informação, nossos jovens, especialmente os mais carentes, querem ter as coisas bonitas da vida, tênis de marca, celular, mp3, roupas de marca, etc. Os pais não conseguem comprar as novidades, mesmo porque todo dia aparece uma. Como não existem no mercado formal condições para um adolescente de 14 anos ganhar dinheiro honestamente, sobram os pequenos delitos, furtos, desvios, pequenos favores, ele vai dar um jeito, afinal esse é a nossa cultura de brasileiro, ele se vira.
- O traficante entra nesse momento, para ganhar algum dinheiro.
- Logo depois, os “amigos” dizem é muito prazeroso, e nesses grupos, o sofrimento ainda não chegou, e quando chegar ele apenas desaparecerá, e assim se forma o circulo “vicioso”.
O que mais desanima é que não vemos nenhum governo, seja municipal, estadual ou federal, pensando em como quebrar esse círculo. A solução passa por rediscutir o modelo social com uma escola que atenda a esse modelo. Precisamos ter escolas do ensino fundamental ao médio das 08h às 17h, como na maioria dos países em que a educação escolar faz o seu papel e afasta os jovens do submundo, ensinando, além de matemática, línguas, ciências, entre outros, os fundamentos de profissões importantes, como cozinha, panificação, marcenaria, computação, eletricidade e esportes. Com uma escola nesse modelo, não sobrará tempo para os nossos jovens ficarem na rua, pois até chegarem em casa os pais já estarão lá, ou chegarão em algum tempo.
Não acredito em conscientização, se resolvesse o problema, ninguém fumava, não existe quem não saiba que cigarro faz mal, mas acreditam que o prazer vai compensar a dor, e não é diferente para as outras drogas.