O Preço do “refúgio” em Muitos Quilinhos a Mais
(Oração do Obeso)

Meu excesso de peso pode ser resultado da minha:

- predisposição hereditária, genética, etc.,
- do estresse que computei em gordura ao longo desses anos.

Mas, é possível que eu tenha dado uma forcinha usando a comida para:

- aliviar minhas frustrações;
- atenuar os meus medos;
- reanimar a motivação para enfrentar as dificuldades da vida,
- preencher meus vazios;
- enganar a solidão.

Para resolver meus problemas e recuperar a minha sensação de potência, auto-estima e paz interior, fiz da comida um simbolismo (ou faz de conta) para:

- triturar meu (s) inimigo (s) - antropofagia - junto (s) com o alimento;
- mastiguei as raivas como sobre-mesa;
- recheei em tortas açucaradas as minhas covardias,
- engoli a seco fatos e “verdades” que me faziam sentir culpado (a).

Enfim, comi para me sentir mais leve, preenchido (a) e feliz. Embora ao me ver mais cheio (a), alguns dias depois, para mim isto fosse insuportável, e eu renegasse todos os espelhos como malditos. Mas, para remover a dor dessa culpa, eu terminava por comer mais e mais, e dava uma desculpa qualquer para não conter essa minha compulsão oral. Assim sendo, me tornei uma pessoa obesa mórbida, com uma espécie de dependente à comida. E como todo adicto que precisa de ajuda, eu recorri a Cirurgia Bariátrica, cujo processo me remete, também, a ser assistido (a) pelo psicólogo(a) e outros

O (a) Psicólogo (a) irá me ajudar a compreender:

- o que significa a comida no momento que como;
- da “necessidade” de comer quando não tenho fome;
- de que vale mais a qualidade do que a quantidade que satura meu estômago;
- de que não devo ser escravo desse e nem de qualquer outro hábito nocivo.

O (A) Psicólogo (a) ainda tem como proposta facilitar para que eu:

- descubra outras formas de prazeres;
- aprenda a lidar melhor com as minhas frustrações, angústias, sem tentar aliviar esse meu infortúnio na comida;
- tenha compaixão por mim mesmo;
- abandone meu ideal de super-homem ou super-mulher para aceitar a minha condição humana com as suas limitações,
- desenvolva mais amor por mim mesmo ou que me ame mais;
- não me esconda na gordura, mas que a tenha como uma barreira a ser superada;
- alargue meus horizontes de autoconhecimento, minha subjetividade e não o volume do meu corpo;
- incremente as minhas possibilidades intelectuais, sociais e profissionais.

O (a) Médico (a) vai fazer por mim:

- o que não pude ou o que não tive condição de realizar;
- a controlar minha ingestão excessiva de comida;
- a me dar limite na dieta alimentar;
- a me dar qualidade de vida e mais longevidade;
- a me esforçar nesse processo de reeducação.

Mas, a cirurgia não é um passe de mágica. Por isso, eu tenho que colaborar, reaprender a viver. Ela será o ponta pé inicial para o cuidar de mim mesmo (a), conhecer-me, acolher-me por eu havia tempo, de alguma forma, me largado.

Assim, em relação à alimentação, voltando a ser infantil, e ao Nutricionista cumprirá o papel de me orientar:

- a comer o que posso, e o que devo comer;
- a, num primeiro momento, tomar somente líquidos;
- a, num segundo momento, ingerir alimentos pastosos (papinhas);
- e, por ultimo, a saborear alimentos sólidos bem mastigados para não me engasgar, porque ainda estou “bebezinho” (a).

Finalmente, serei um bom (ou boa) “garoto” (a) e em breve estarei comemorando os louros de que valeu a pena todo esse esforço para o meu Renascer.