Funções da Linguagem
Para se estudar a funcionalidade do Processo de Comunicação que é tão utilizada nos vestibulares e enem, precisamos usar recursos que dão ênfase a intenção que o emissor quer transmitir para que a mensagem seja compreendida ou se reforçe algum elemento linguístico específico para a composição. Desde do passado o homem tem criado meios para se apropriar de signos, sinais, gestos, desenhos, letras e por fim a palavra oral e escrita na realização deste processo de comunicação. Para que esses recursos sejam bem empregados precisamos primeiro rever os elementos da comunicação.
O estudo sobre as funções da linguagem, requer antes de apresentar sua tipolologia, no processo de comunicação e as interações das mesmas no dia a dia, conforme o papel recorrente a que se presta, lembrar que todo processo comunicativo é centrado nesses elementos, para então ser compreendida a verdadeira mensagem. Chalhub, 1990, p.1. reflete que:
“Diferentes mensagens veiculam significações as mais diversificadas, mostrando na sua marca e traço[...]
O funcionamento da mensagem ocorre tendo em vista a finalidade de transmitir — uma vez que participam do processo comunicacional: um emissor que envia a mensagem a um receptor, usando do código para efetuá-la; esta, por sua vez, refere-se a um contexto. A passagem da emissão para a recepção faz-se através do suporte físico que é o canal. Aí estão, portanto, os fatores que sustentam o modelo de comunicação: emissor; receptor; canal; código; referente; mensagem”.
Assim podemos apresentar o emissor – que emite, codifica a mensagem; receptor – que recebe, decodifica a mensagem; canal - meio pelo qual circula a mensagem; código - conjunto de signos usado na transmissão e recepção da mensagem; referente - contexto relacionado a emissor e receptor; mensagem - conteúdo transmitido pelo emissor.
Para Chalhub, 1990, p.9:
“Numa mesma mensagem [...] várias funções podem ocorrer, uma vez que, atualizando corretamente possibilidades de uso do código, entrecruzam-se diferentes níveis de linguagem, A emissão, que organiza os sinais físicos em forma de mensagem, colocará ênfase em um a das funções — e as demais dialogarão em subsídio, [...].”
Com os elementos da comunicação temos a geração e interelação dos variados diálogos das funções (bastante utilizados nos vestibulares e no enem), que são conhecidas como:
- Função referencial;
- Função emotiva;
- Função conativa;
- Função fática;
- Função metalinguistica;
- Função poética;
São Funções das Linguagens:
1. Função da linguagem referencial (ou denotativa)
É aquela centralizada no referente, pois o emissor oferece informações da realidade. Objetiva, direta, denotativa, prevalecendo a terceira pessoa do singular. Linguagem usada na ciência, na arte realista, no jornal, no “campo” do referente e das notícias de jornal e livros científicos.
“A conotação da linguagem é mais comumente compreendida como “linguagem figurada”. Se dissermos “pé da mesa”, estamos nos referindo à semelhança entre o signo pé — que está no campo orgânico do ser humano — e o traço que compõe a sustentação da mesa, no campo dos objetos. Um signo empresta sua significação para dois campos diversos, uma espécie de transferência de significado. Assim, a linguagem “figura” o objeto que sustenta a mesa, com base na similaridade do pé humano e essa relação se dá entre signos.
O quê é referente / Mensagem referencial. Terceira pessoa do singular (ele/ela), Informações, Descrições de fatos, Neutralidade, Jornais, Livros técnicos.
2. Função emotiva (ou expressiva)
3. Função da linguagem apelativa (ou conativa)
4. Função Fática
5. Função da linguagem poética
É aquelacentralizada na mensagem, revelando recursos imaginativos criados pelo emissor. Afetiva, sugestiva, conotativa, ela é metafórica. Valorizam-se as palavras, suas combinações. É a linguagem figurada apresentada em obras literárias, letras de música, em algumas propagandas. Subjetividade,Figuras de linguagem, Brincadeiras com o código, Poesia, Letras de música.
6. Função da linguagem metalinguística
É aquela centralizada no código, usando a linguagem para falar dela mesma. A poesia que fala da poesia, da sua função e do poeta, um texto que comenta outro texto. Principalmente os dicionários são repositórios de metalinguagem. Referência ao próprio código, Poesia sobre poesia, Propaganda sobre propaganda, Dicionário.
Assim podemos dizer que a linguagem não é aparente, ela depende de um conjunto de fatores que permeiam os variados grupos sociais que compomos em nossa vida diária. Desde de criança aprendendo com a Fala até o aprimoramento da escrita e da linguagem falada atingindo o nível culto de sua língua. Chalhub, reflete sobre isso,1990, p.10:
“Não nos alongaremos aqui na discussão sobre linguagem e realidade: ela permeia toda a questão da filosofia, da arte, da religião, da psicanálise; é uma questão ancestral. No entanto, é possível desde já, desconfiar dessa relação ingênua entre signo e realidade como algo direto, sem intermediários. A partir da afirmação de Saussure acerca da arbitrariedade do signo em relação ao objeto, podemos perceber como não é fácil fazer afirmações categóricas e absolutas a respeito da representação da realidade através do signo. Porque se convencionou nomear “árvore” o objeto que conhecemos como tal, e não por outro signo? Portanto, levemos em conta que, apenas por necessidade didática, enviamos a essa cisão — linguagem legível, denotativa e linguagem figurada, conotativa.”.
Referência Bibliográfica
CHALHUB, Samira., Professora da Pontifícia, Universidade Católica de São Paulo, FUNÇÕES DA LINGUAGEM - Série Princípios – 1990 - Editora Ática.