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A Televisão e a Violência de Valores

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Segundo EDGAR, Patrícia para cada hora que uma criança fica diante da televisão cresce 9% as chances da mesma se tornar agressiva. O Adulto já é vítima dessa estatística, pois passa muito mais tempo diante da TV. É dependente e organiza sua vida em função da programação da mesma. Torna-se então facilmente manipulado pelos valores que ela impõe: um deles A Violência.

O adolescente é o público alvo das mídias televisas, é a gatinha no Shopping Center, é a roupa de marca que sem ela nada de gatinhas, são as paqueras erradas ensinadas na Malhação - novela adolescente da Rede Globo. Mas não só tem as ações negativas não, existem aquelas que eles chamam do bem. Na Malhação - novela adolescente da Rede Globo pelo menos em uma de suas temporadas houve um caso de um adolescente que era do mau e se arrependeu a duras penas. Nesse caso os valores sociais não foram trocados.

A Violência tem vários falsetes, com ajuda desta tecnologia empregada exclusivamente para obter lucros. A ideia de uma programação saudável fica para segundo plano, pois ela só gera formação de caráter não os interesses vis do capital. Explicação lógica para milhões gastos em pesquisas pelas mantenedoras que não apresentam solução nenhuma principalmente frente á falência do processo de pesquisa financiado pelo governo nas Universidades Federais abandonados e sucatado para não expor a verdade.

A Força da Mídia tem sido sentida durante quatro décadas. As pesquisas estão soltas por não encontrar a resposta certa para combater esses abusos que invadem os nossos lares, fazem a cabeça de nossos adolescentes encaminhando-os para uma vida agressiva e até a criminal.

Não é a tecnologia televisa que é ruim é a formação do nosso adolescente que vai entrar em contato com ela que a absorve e interpreta de acordo com suas experiências, seus dialetos, sua formação, seu ambiente de vida. Um ser desestruturado financeiramente, casamento destruído, valores corrompidos pelo roubo, pela prostituição, pela fome, pela falta de estudos - Analfabetismo, pela prole extensa e sem prospecção futura será abraçado pela violência não conseguindo ficar livre da influência dos conteúdos das diversas mídias que encontramos com tanta facilidade e seus dependentes também.
Analisando um Capítulo de NOVELA exibido em 23/06/2007, na Rede Globo de Televisão, observei o seguinte:

Nome do Programa Data Personagens Violência
Verbal
Incentivo
Violência Pessoal/ Malícia
Sete Pecados 23/06/07 DOIS ANJOS
Supõe Livres de Pecados
Dois Palavrões Mulher livre para Homem Casado
Adultério

Novela

23/06/07

COMUNS

  • Taxista;
  • Esposa;
  • Herdeira Rica Adúltera;
  • Irmã invejosa;
  • Feiticeiro/Astrólogo interesseiro;
  • Alunos pobres, pais presidiários, mães prostitutas, moradores do morro, indisciplinados;
  • Ameaça a Diretora da Escola.
  Nove (9) Expressões Maliciosas

No quadro acima encontramos explícita a forma como a desinformação deturpa os valores da sociedade, começando pelo nome da novela - Sete Pecados, que nos dá a entender que será algo instrutivo sobre os sete pecados capitais, para todos aprenderem que não os deve cometer. No entanto ao assistir o capítulo deste dia me deparei com dois anjos que deveriam pregar a paz e a virtude, o anjo feminino pronunciando expressões de baixo calão, (no horário conhecido como "DAS SETE" (geralmente neste horário ainda tem muitas crianças e adolescentes que riem demais com essa descultura)) em meio a uma neve tão branca como não eram as suas palavras. Podemos comparar a neve branca nesse caso com o poder financeiro - da luxúria e riqueza da esnobe personagem principal - que facilita o conhecimento turístico em outras terras tão diversas de nossa realidade.

Pode um taxista, sem querer depreciar a profissão, caso não tenha outras formas de rendas está viajando para fora do país? Só fora da realidade? Nosso povo já é tão sofrido, precisa ser humilhado a tanto? Logo em seguida, garimpando as falas de todas as personagens com atenção, assinalei nove (9) frases maliciosas as quais eu anotei sem o nome das personagens, mais pela ordem que foi pronunciada ao decorrer do capítulo, o que não impossibilita ao telespectador assíduo e manipulado desta novela de identificar as suas personagens: "...me leva até a cama...", "...deu certo pedaço de mau caminho...", "...ser mãe é padecer no paraíso...", "...ela era brasileira e já me conhecia...", "...qualquer coisa!...aqui o meu cartão...", "...lindas peças de arqueologia!?...", "...por que não me procura eu posso fazer muito por você...", "...por que eu vivo perdendo tempo com esse duro...". Quando alguém tenta colocar ordem nesse sistema passado pela televisão, que é um retrato da sociedade vigente, tem que ser parado a todo custo.

O sistema da violência e corrupção reage através de um aluno da Escola Estadual do subúrbio, que sem consciência de suas ações faz a seguinte ameaça depois de indagado pelos seus atos de indisciplina: "...o meu pai?... vai ter de esperar o dia dele sair da cadeia ...". Ainda por não bastar o tema para música de abertura e encerramento questionam a perfeição humana, pois se todos são errados mesmos, era para se questionar a imperfeição, o famoso jogo de valores trocados. A luxuria em contraste com a pobreza, a enrrolação e o adultério descarado, a educação falida, o descaso com tudo. Esta novela representa a pior forma de violência, que não afeta o ser humano fisicamente, mas a sua mente, nos seus valores e sua auto-estima.

Na sociedade - dos adolescentes Videotas - o nível de agressão contribui para um comportamento anti-social, que nos é apresentado nos variados programas tidos por alguns pseudo-intelectuais como de pobre: Fique Alerta, Plantão Alagoas, Oito Minutos. Não são de pobres, mas sim que atingem mais facilmente ao entendimento das classes a qual é dedicado - as mazelas da classe pobre. Onde, devido aos fatores citados anteriormente, nela ocorrem mais o uso de drogas, o tráfico, o desemprego, a prostituição e a falta de informação do indivíduo.

Já na Classe Média encontramos os adolescentes com os mais variados gostos, geralmente com uma televisão no quarto, um vídeo game, e em alguns casos um computador, no entanto é ainda uma boa massa influenciável, apesar de ter grande parte das pessoas no ensino médio, ainda uma minoria no ensino superior, contudo uma classe bastante consumidora. A Televisão acerta em cheio com suas Telenovelas, ambientando diferenças financeiras reais, para ensinar que é através de falcatruas que se pode vencer. Pobre só cresce assim e no fim eles não reforçam que o pobre só leva a pior. Não há moral.  Temos ainda programas exclusivamente consumistas do produto Novelas e Seriados da TV - produto interno da própria TV, como: Domingão do Faustão, O Melhor do Brasil, Tudo é Possível, Hoje em dia, O Melhor da Tarde e outros. Uma série de besteiróis violentando a nossa consciência.

Os Adolescentes pegam da televisão todo esse conhecimento pronto, daí o termo de enlatados, tudo arrumadinho, para que não se canse, que não pense muito para entender, esse estar pronto atrapalha o desenvolvimento do nosso jovem. Pois só servem ao interesses das grandes emissoras. Onde está às fábulas que faziam pensar e tinha sempre uma moral da história para se refletir sobre o que é bom e o que ruim? As novelas atuais não o fazem. Onde está às novelas ambientadas em romances clássicos? Elas não dão audiência. Na atualidade torna-se a TV o verdadeiro centro de ambiguidades e confusão na cabeça do adolescente. Os Valores trocados são passados meramente em função do lucro. A única forma de trabalhar esse capítulo dessa novela com o adolescente é mostrar o processo de anti-propaganda que feito para esconder seu real objetivo, que é o lucro e incentivar a quebra dos valores da sociedade.
Para a classe rica ficam as opções, poder de escolha dado pelo poder aquisitivo e pela boa formação. A TV por assinatura, mídias variadas a sua disposição. Longe das mazelas da vida se letrada - acadêmica - acorre a Jô Soares, a um Serginho Groisman. Toma conhecimento da violência, tem consciência dela, mais nada pode fazer em sua concepção, pois muitas vezes essa violência a faz muito mais rica, a rica classe rica.

Assim, os nossos adolescentes precisam receber de nós que fazemos à sociedade, governantes, empresários, educadores e dos profissionais da Comunicação uma sociedade mais justa, mais equilibrada, reduzir das mídias sua agressividade e troca de valores para que a televisão possa inspirar e informar contribuindo para seu verdadeiro papel que criar homens com mentes educadas e valores morais.

Referência Bibliográfica:

EDGAR, Patrícia .Violência na TV: o bom e o mau para nossas crianças
é presidente da World Summit on Media for Children Foundation, e diretora-fundadora da Australian Children´s Television Foundation
http://www.midiativa.tv/index.php/midiativa/content/view/full/1752/