[Jorge Amado]I- VidaNasceu na Bahia no ano de 1912. Estudou em Salvador e no Rio. Ligou-se à efêmera 'Academia dos Rebeldes'.Foi para o Rio em 1930 a fim de fazer Direito. Aí conhece alguns escritores jovens que o animam a publicar 'O País do Carnaval'.Militante político, foi preso em 1942. Elegeu-se em 1946. É membro da Academia Brasileira de Letras.II- Asp Pressione TAB e depois F para ouvir o conteúdo principal desta tela. Para pular essa leitura pressione TAB e depois F. Para pausar a leitura pressione D (primeira tecla à esquerda do F), para continuar pressione G (primeira tecla à direita do F). Para ir ao menu principal pressione a tecla J e depois F. Pressione F para ouvir essa instrução novamente.
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Mar Morto

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[Jorge Amado]

I- Vida

Nasceu na Bahia no ano de 1912. Estudou em Salvador e no Rio. Ligou-se à efêmera 'Academia dos Rebeldes'.

Foi para o Rio em 1930 a fim de fazer Direito. Aí conhece alguns escritores jovens que o animam a publicar 'O País do Carnaval'.

Militante político, foi preso em 1942. Elegeu-se em 1946. É membro da Academia Brasileira de Letras.

II- Aspecto Críticos

Fecundo contador de histórias regionais, definiu-se como 'apenas um baiano romântico e sensual'. Voltou-se para os marginais pescadores e marinheiros de sua terra, emprestando-lhes, na primeira fase de sua obra, matizes ideológicos, abandonados nos seus últimos romances.

Grande êxito junto ao público. É exemplo acabado de populismo literário, que repousa na pieguice e volúpia, em vez de paixão: estereótipos, em vez de trato orgânico dos conflitos sociais; pitoresco, em vez de captação estética do meio, tipos 'folclóricos', em vez de pessoas; descuido formal a pretexto da oralidade, uso inadequado do palavrão.

Identifica-se em sua obra, as constantes: a mistura de realismo e romantismo, de poesia e documento, voltando-se para a gente de cor e de sua terra, que apresenta, com uma simpatia calorosa, um vivo senso do pitoresco e, sempre, um imperativo de justiça social sobrepairando a narrativa. Sua obra é dominada pelo impulso, sendo cheia de altos e baixos que revelam o descuido de fatura, prejudicando, muitas vezes, o efeito de sua capacidade fabuladora.

III- A obra

Mar Morto, pertence a primeira fase do autor: depoimentos líricos, com predominância do elemento sentimental, sobre rixas, e amores de marinheiros.

A história se passa no Cais da Bahia, onde viviam os marinheiros, e um dos mais antigos era Seu Francisco que criava o sobrinho Guma, ensinando-lhe as leis do mar. Guma, com o tempo, tomou conta do saveiro chamado Valente.

A fama de Guma no cais ocorreu em uma noite de tempestade, onde Guma, com o seu Valente, salvou um navio [Canavieiras] que iria naufragar.

Depois disso, Guma conheceu Lívia, uma das moças mais bonitas do cais, casou-se com ela e foram morar com Seu Francisco, onde ao lado deles foram morar Rufino [um grande amigo de Guma] e Esmeralda.

Viviam muito bem, até que Guma envolveu-se com Esmeralda que o perseguia, Rufino descobriu, matou Esmeralda e depois matou-se de desgosto. Logo depois, Lívia descobriu que estava grávida. Guma, com remorso de ter traído Rufino e Lívia, pegou o Valente e foi para o mar e bateu nas pedras. Não morreu, mas o Valente ficou totalmente destruído.

Lívia teve o filho que se chamava Frederico e Guma estava feliz com o filho, mas ao mesmo tempo arruinado por ter perdido seu saveiro. Sem escolha, começou a contrabandear seda [já tinha comprado outro saveiro] para os árabes. Numa dessas viagens, o filho de um dos árabes tinha ido junto para Porto de Santo Antônio, mas caiu no mar. Guma pulou no mar e conseguiu salvá-lo, mas morreu com seu ato de coragem.

Lívia ficou com Frederico e o Seu Francisco, e tomaram conta do saveiro [ de nome Paquete Voador] apenas com a lembrança de Guma que ficará na memória do cais, principalmente porque após sua morte as águas do mar se tornaram calmas e mortas, mas também por ele ter sido um homem de coragem e bom coração.