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O Príncipe

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por:

[Nicoló Maquiaveli]

COMENTADO POR NAPOLEÃO BONAPARTE

Introdução

Como Segundo Chanceler de Florença, Maquiavel, e tinha uma vida política muito ativa. Era uma época de mudanças, o sistema feudal era substituído pela produção capitalista, a soberanias eram absorvidas pelas monarquias, e existia uma centralização do poder na Europa exceto na Itália.

Maquiavel, então participava de encontros com as cortes estrangeiras para fazer acordos políticos. A experiência de sua vida é relatada neste livro, mostrado para o homem comum as verdadeiras intenções de um governante ambicioso.

Niccoló Machiavelli - Ao magnífico Lorenzo, filho de Piero de Médici

Os príncipes ganham sempre bons presentes, que estão a sua altura, porém não encontrei entre minhas posses, nada além das experiências que adquiri ao longo de minha vida, e que agora remeto a Vossa Magnificência, reduzidas em um pequeno volume.

Portanto, aceitei este pequeno presente, e lendo esta obra, o meu desejo de que atinja aquela grandeza que a fortuna e demais qualidades lhe asseguram.

Capítulo I - De quantas espécies são os principados e quantas são as maneiras em que se adquirem

Os Estados podem ser republicas ou principados, que foram herdados pelo sangue, ou foram adquiridos recentemente. Os novos, tais como Milão com Francesco Sforza, ou tais membros juntados a um Estado que recebe por herança um príncipe, tal o reino de Nápoles ao rei da Espanha. Este domínios recebidos, são sujeitos a um príncipe ou livres, e são adquiridos por tropas alheias ou próprias.

Capítulo II - Dos principados hereditários

Não falarei das repúblicas, mas só dos principados, e tentarei mostrar como os principados herdados podem ser governados e mantidos. Estados ligados a família de seu príncipe, tem-se menores dificuldades para se governar dos que os novos pois, basta não abandonar o procedimento dos antecessores, se o príncipe for inteligentes se conservará no poder.

Na Itália, por exemplo, temos o duque de Ferrara, que opôs resistência ao ataque dos Venezianos em 1484, e aos do Papa Júlio em 1510, apenas porque antigo era o domínio de sua família, e era evidente que se tornasse mais querido.

Capítulo III - Dos principados mistos

A maior dificuldade está nos principados novos, que também podem ser Estado reunido ao hereditário, que poderíamos chamar de principado misto, isto porque o povo revolta-se com o novo príncipe que precisou ofender os novos súditos com sua tropa e através e outras ofensas que uma recente conquista provoca.

Então serão seus inimigos todos aqueles que foram prejudicados com a ocupação do principados, e seus amigos serão aqueles que te colocaram lá pois, estavam insatisfeitos, e mesmo que estejas fortalecido não poderá ser violento contra eles pois, precisa das boas graças dos habitantes. Este foi o erro de Luís XII, Rei da França, quando ocupou Milão, que teve o mesmo povo que abriu as portas, contra ele, quando percebeu que erram a respeito do bem que traria aquele príncipe.

Estados conquistados e acrescentados a um Estado Antigo, sendo na mesma província e de idêntica língua, facilmente são sujeitados, sobretudo se não têm o costume de viver livres.

Para Estados com línguas diferentes, mas com mesmos costumes, o conquistador, para conserva-los, deve ter em mira duas regras: primeira, extinguir a linguagem do antigo príncipe; segunda, não modificar leis e impostos.

Já em uma província com língua, costumes e legislação diferentes, o modo mais eficaz de conquistar é o príncipe ir habitá-la, assim poderá acabar com as desordens, logo quando forem surgindo, do contrário, quando a notícia chegar será tarde para agir. Outra maneira é formar colônias em alguns lugares da província conquistada.

Os Romanos, organizaram colônias nas províncias conquistadas, veja na província da Grécia, Roma formentou os Aqueus e os Etólios, submeteu o reino dos Macedônios, expulsou Antíoco.

O desejo de conquista é coisa realmente natural e comum e os homens que podem satisfazê-los serão louvados sempre e nunca recriminados. Mas não o podendo e querendo fazê-lo de qualquer modo, aí estão em erro, e merecem censura.

Capítulo IV - Razão por que o Reino de Dario, ocupado por Alexandre, não se revoltou com os sucessores deste

O fato de Alexandre Magno, ter conquistado em poucos anos a Ásia, e depois ter morrido logo em seguida, e o povo não ter-se revoltado contra os sucessores é espantoso. Dos principados que recordamos, dois são os modos que se governam: ou por príncipes auxiliados por ministros, ou por um príncipe e barões.

Tais barões tem domínio e súditos próprios, que os reconhecem como senhores e dedicam-lhes natural afeto.

Agora considerando-se a natureza do governo de Dario, ter-se -á que é semelhante à do sultão da Turquia. Se foi necessário a Alexandre desbaratar o inimigo em bloco após a vitória, morto Dario, teve o estado seguro. E os sucessores de Alexandre, tivessem eles mantido unidos, poderiam desfrutar ociosos aquele reino; não houve aí outras turbações senão aquelas que eles mesmo provocaram.

A conquista de um povo, não é mérito só do vencedor, mas das diferenças dos povos subjugados.

Capítulo V - Do modo de manter cidades ou principados que antes de ocupados se governavam por leis próprias

Explanação de como conservar governos com ideologias natas. Por mais que novas ideologias sejam infiltradas, as antigas leis do principado perdurão até que o novo principado trasgrida as regras antigas e declare novas regras contanto que se permita que '...repouse a lembrança da perdida liberdade.'

Capítulo VI - Dos principados novos que são conquistados pelas armas e com nobreza

Citação de exemplos de Moisés, Teseu, entre outros, que por virtude própria tornaram-se príncipes.

Capítulo VII - Dos principados novos que são conquistados com armas e com virtudes alheias

O autor transcorre a respeito de César Borgia, filho do papa Alexandre VI, cujas conquistas foram impulsionadas pelo poder da posição de seu pai e, depois, por alianças com pessoas de punho mais firme que ele, como Remirro de Orco.

Capítulo VIII - Dos que chegaram ao principado pelo crime

Neste capítulo o autor trata o fato de se atingir o principado através de '...atos maus ou nefandos...'.Vale destacar a forma que Maquiavel propõe da maneira como devem discorrer as injúrias ao povo, segundo ele '...todas de uma só vez, para que, durando pouco tempo, marquem menos...'.Também é interessante a maneira com que os benefícios ao povo devem ser proporcionados:'...pouco a pouco, para serem melhor saboreados...'.

Capítulo IX - Do principado civil

O que se pode denominar principado civil, sendo que não é necessário grande valor ou fortuna, mas sim astúcia. Este é alcançado pelo favorecimento dos grandes ou do povo. Nas cidades encontram essas duas disposições, sendo que o povo não quer ser oprimido pelos grandes e os grandes desejam comandar e oprimir o povo. A estes dois apetites produzam os efeitos; o principado, a liberdade ou a liderança.

O principado é obra do povo ou dos grandes segundo a oportunidade acolhida por um ou por outro. Os grandes percebem que não podem se opor ao povo, começam a promover a reputação de um membro do povo e o fazem príncipe. Este para se conservar no poder tem dificuldades. Já o povo percebendo sua incapacidade de se opor aos grandes, concede prestigio a alguém e o torna príncipe, mediante sua autoridade, ser defendido. Este ajuda o povo não tendo dificuldades, pois esta cercado de outros que lhe parecem iguais.

Por outro lado aquele que atinge a condição de príncipe graças ao povo encontra-se só, não tendo em torno de si ninguém ou poucos que não estejam prontos a obedecê-lo. Pode honestamente e sem prejuízo de outros satisfazer aos grandes, mas certamente pode-se satisfazer o povo, pois este tem uma bem mais honrada que os grandes, desejando estes oprimir e o povo não se deixar oprimir.

O pior que o príncipe pode esperar de um povo hostil é ser abandonado por ele; mas os grandes hostis não deve apenas temer que o abandonem, as também que o ataquem. Este príncipe deve viver sempre com o mesmo povo, mas nem sempre com os mesmos grandes.

Para um príncipe é necessário contar com a amizade do povo, caso contrario não haverá soluções nas adversidades. Um príncipe sábio deve pensar em um modo pelo qual seus cidadãos, sempre e em quaisquer circunstâncias, careçam do Estado e dele, com o que eles lhe depois sempre fiéis.

Capítulo X - Como devem ser medidas as forças de todos os principados

Os príncipes capazes de se conservarem por si só, que podem, por abundância de homens e de dinheiro, constituir um exercito forte e enfrentar qualquer assaltante. Estes exércitos devem ser regidos por leis. Deste modo este principado terá uma cidade fortificada, mas que não se faça odiado.

A natureza humana obriga ao homem tanto benefícios feitos pelos que recebeu. Pode-se concluir que não será difícil a um príncipe prudente garantir-se de seu povo.

Capítulo XI - Os principados Eclesiásticos

Para este aparecem toda espécie de obstáculos, porque são obtidos pelo mérito ou pela fortuna, mas são mantidos pela rotina da religião. Estas são tão forte que conseguem manter seus príncipes tenham estes a vida que for. Por este poder tais principados são considerados seguros e felizes.

É de se esperar que, se alguns fizeram o Papado poderoso pelas armas. O pontífice atual, por sua bondade e muitas outras virtudes, o faça mais forte e venerado.



Capítulo XII - Das espécies de milícias e dos soldados mercenários

Se faz necessário que um príncipe tenha fundamentos sólidos; como boas leis e princípios. Como boas leis não existem onde não há armas, portanto, as forças com as quais um príncipe conserva o sue Estado são próprias ou mercenárias auxiliares ou mistas. As mercenárias e auxiliares são inúteis e perigosas, pois não são de fato ligadas ao príncipe, são ambiciosas, sem disciplina, infiéis, insolentes com os amigos e covardes como inimigos, não temem a Deus, nem fazem fé nos homens. Sendo assim o príncipe apenas retarda sua própria ruína.

O príncipe deve se fazer capitão, a República mandará para esse cargo um de seus cidadãos, mas sendo infeliz deve substituí-lo imediatamente. Mas se este revelar seu valor deve a República assegurar-se por meio de leis suas atribuições.

Os capitães afastavam de si e de seus soldados, o medo e o trabalho, poupando-se nos combates e fazendo-se prender uns aos outros sem resgate. A eles tudo era permitido em seu código militar, que tinha por objetivo evitar o trabalho e os perigos. Deste modo escravizaram e infamaram a Itália.

CAPÍTULO XIII - Das tropas auxiliares, mistas e nativas

As tropas auxiliares são mandadas por poderosos em teu auxílio. Estas podem ser boas e úteis, mas em caso de derrota está abatido e em caso de vitória será seu prisioneiro. As forças mercenárias, após uma vitoria necessitam de mais tempo para causar mal, pois foram organizadas e são remuneradas por ti.

Todos os príncipes prudentes repeliam este tipo de tropas, as auxiliares, sempre preferiam suas próprias tropas para assim poder chegar a uma vitória de fato.

Com esta observação de diferentes tropas conclui-se que sem possuir tropas próprias nenhum príncipe está garantido a não ter contratempos. As forças próprias são compostas de súditos ou cidadãos, ou de servos; todas as outras são mercenárias ou auxiliares.

CAPÍTULO XIV - Dos deveres do príncipe para com as tropas

CAPÍTULO XV - Das razões pelas quais os homens e sobretudo os príncipes são louvados ou virtuperados

CAPÍTULO XVI - Da liberdade e da parcimônia

CAPÍTULO XVII - Da crueldade e da piedade - se é preferível ser amado ou temido

CAPÍTULO XVIII - De que maneira devem os príncipes guardar a fé da palavra empenhada



O príncipe não deve ter outra finalidade nem outro pensamento, senão a guerra, seu regulamento e disciplina, pois esse é a única arte que se atribui a quem comanda. Ela é de tal poder que não só mantém os que nasceram príncipes, porém muitas vezes eleva àquela qualidade cidadãos de condição particular. Um príncipe não versado de milícia, além de outras desventuras, como se disse, não pode ter a estima de seus soldados nem confiar neles. Um príncipe sábio deve considerar as histórias de outros países e meditar as ações de homens ilustres, estudar as razões de suas derrotas e vitórias e jamais estar ocioso nos tempos de paz; deve isto sim, de modo inteligente, ir formando cabedal de que tire proveito nas adversidades, para estar a qualquer tempo preparado para resistir-lhes.

Os príncipes se fazem notáveis pelas qualidades que lhes trazem reprovação ou louvor. Qualquer um reconhecerá que muito louvável seria um príncipe possuísse, de todas as características tidas por boas; mas a condição do homem é tal, que não permite a posse completa delas; é preciso que o príncipe seja tão prudente que saiba evitar os defeitos que lhe tirariam o governo e praticar as qualidades próprias para lhe garantir a posse dele.

A liberalidade usada para que se espalhe a tua fama de liberal não é virtude; se ela se pratica de modo virtuoso e como se deve, será ignorada e não escaparás da má fama de seu contrário. Portanto, não podendo usar dessa virtude sem prejuízo para si mesmo, deve ele, sendo prudente, desprezar a pecha de avaro, pois com o tempo, poderá demonstrar que é sempre mais liberal, pois verá o povo que a parcimônia do príncipe faz que lhe baste a sua receita, podendo defender-se dos que lhe movem guerra, e está deste modo sendo liberal para todos aqueles dos quais nada tira, que são muitos, e avarento para aqueles aos quais nada dá, que são muitos poucos. É mais prudente ter fama de miserável, o que acarreta má fama sem ódio, do que, para ter fama de liberal, ser elevado a incorrer também na de repasse, o que constitui infâmia odiosa.

Cada príncipe deve querer ser considerado piedoso e não cruel; não obstante, deve cuidar de empregar de modo conveniente essa piedade. Não deve, pois, importar ao príncipe a pecha de cruel para conservar seus súditos unidos e com fé, porque, com pequenas exceções, ele é mais piedoso do que por excesso de clemência deixam que surjam desordens, das quais podem se originar assassínios ou rapinagens. É que tais consequências prejudicam todo o povo e as execuções prejudicam a um só. Muito mais seguro é ser temido que amado quando seja obrigado a falhar numa das duas. Os homens hesitam menos em ofender aos que se fazem amar, do que aqueles que se tornam temidos. Deve-se o príncipe fazer-se temido de modo que, se não for amado, ao menos evite o ódio, pois fácil é ser ao mesmo tempo temido e não odiado. Portanto, um príncipe sábio ama os homens como querem ser amados, e sendo temido por eles como queira, deve firmar-se no que é seu e não sobre o alheio. Enfim, deve apenas evitar ser odiado.

Há duas formas de combater: uma, pelas leis, outra pela força. A primeira é natural do homem, a segunda dos animais. Ao príncipe se faz preciso, porém, saber empregar de maneira conveniente o animal e o homem, e uma desacompanhada da outra é origem da instabilidade. Não pode um príncipe de prudência, nem deve, guardar a palavra empenhada quando isso lhe é prejudicial e quando os motivos que o determinarem deixarem de existir. Um príncipe não pode seguir a todas as coisas tidas como boas, sendo muitas vezes obrigado, a agir contra a caridade, a fé, a humanidade, a religião. Nas atitudes dos homens, sobretudo dos príncipes, importa apenas o êxito bom ou mau. Trate, portanto, de vencer e conservar o Estado, pois os meios que empregar serão sempre julgados honrosos e louvados, pois o vulgo se deixa levar por aparências e pelas consequências dos fatos consumados, e o mundo é formado pelo vulgo, e não haverá lugar para a minoria se a maioria não encontre lugar para se apoiar.

Capítulo XIX - De como se deve evitar o desprezado ou odiado

O príncipe procura evitar coisa que o faça odioso ou desprezível e sempre que agir assim, cumprirá seu dever não achará nenhum perigo nos outros defeitos. O que o torna sobretudo odioso é o ser rapace e usurpador dos bens e das mulheres e de seus súditos. Torna desprezível o ser tido como volúvel, leviano, efeminado, covarde e irresoluto. Tais coisas devem ser evitadas do mesmo modo que o navegante evita um rochedo. Deve ele fazer que em suas ações se reconheça a grandeza, coragem, gravidade e fortaleza, e quanto às ações particulares de seus súditos deve fazer que sua presença seja irrevogável, portando-se de modo tal que ninguém pense enganá-lo ou fazê-lo mudar de ideia.

Deverá defender-se destes com boas armas e bons aliados, e tendo armas sempre terá bons amigos. Os negócios internos, por seu turno, estarão estabilizadas se estabilizadas estiverem as coisas de fora, a não ser aqueles que já estejam perturbados por uma conspiração. A propósito dos súditos deve-se recear que sempre conspirem em segredo, e se tiver conseguido que o povo esteja satisfeito com ele.

A um Príncipe pouco deve-se importar as conspirações se ele é querido do povo, pois se este é seu inimigo e o odeia, deve temer tudo e todos. Deve-se estimar os poderosos, porém não se tornar odiado pelo povo.

E é preciso que se note que o ódio se adquire ou pelas ou pelas más ações. Por isso, um Príncipe desejando conservar o Estado, é frequentemente obrigado a não ser bom, porque quando aquela maioria, seja povo, senado ou grandes, de que julgas ter precisão para conservar no poder, é corrupta, é conveniente que sigas o seu pensador para satisfazê-la e, assim, as boas ações são prejudicadas.

É de se notar neste ponto que assassínios, deliberados por homens obstinados são impossíveis de serem evitados pelos Príncipes porque todo o que não tiver medo da morte poderá executá-los não deve, entretanto, o Príncipe amedrontar-se pois são raríssimos. Deve somente evitar, não injuriar gravemente algumas das pessoas que se utiliza e que tenha ao seu lado a serviço de seu governo, como fez Antonino. Tinha este assassinado de modo indigno um irmão daquele centurião, e ameaçada ainda a este diariamente, mas, obstante isso, manteve-o na sua guarda, o que era coisa temerária e capaz de arruiná-lo como sucedeu.

Contudo, quem observar o que foi narrado, entenderá que o ódio e o desprezo foram motivos da ruína de muitos imperadores e conhecerá ainda os motivos pelos quais alguns deles, agindo de uma forma e outros de modo contrário, alguns terminaram bem e outros tiveram triste fim.

Capítulo XX - Se as fortalezas e tantas outras coisas que cotidianamente são feitas pelo príncipe são úteis ou não

Alguns Príncipes, para conservarem com segurança o Estado, deixaram desarmados os seus súditos, outros repartiram as cidades conquistadas mantendo facções para combaterem-se mutuamente, outros alimentaram inimizades contra si próprios, outros entregaram-se à conquista do apoio daqueles que lhe eram suspeitos no princípio de seu Governo, alguns outros construíram fortalezas.

Tirando as armas, principais por ofendê-los, dando a entender que desconfia deles ou que é covarde. Qualquer dessas opiniões levantará ódio contra ti. Não houve Príncipe num principado novo, sempre organiza a força armada, porém, um Príncipe que conquista um novo Estado, que seja anexado ao domínio, então faz-se preciso desarmar aquele Estado, menos aqueles que tenham ajudado a conquistá-lo a ainda a esses é preciso, com o tempo, torná-los apáticos e moles, de maneira que todas as armas desse Estado estejam com os teus soldados, que junto a ti viviam no Estado antigo.

Muitas vezes, servem melhor ao Príncipe os serviços dos ex-adversários do que os daqueles que, por demasiada segurança, negligenciam os interesses do Príncipe.

Considerando-se todas essas coisas, louvaremos os que edificarem fortalezas e ainda os que não as construírem, e lamentarei os que confiando em tais meios de defesa, não se preocuparem com o fato de o povo os odiar.

Capítulo XXI - O que um príncipe deve realizar para ser estimado

Nada torna um príncipe tão estimado como as grandes empresas e o dar de si raros exemplos.

Um príncipe deve ter o cuidado de não se aliar com um mais poderoso, se não quando for impelido pela necessidade, porque, vencendo, ficará presa do aliado; e os príncipes devem evitar a todo custo estar a mercê de outro.

Deve um príncipe mostrar-se amante das virtudes e honrar aqueles que se destacam numa arte qualquer.

Capítulo XXII - Dos ministros dos príncipes

A escolha dos seus ministros não é uma coisa de mínima importância.

Para que um príncipe possa conhecer bem o ministro, existe este modo que jamais falha: quando percebes que o ministro pensa mais em si mesmo do que em ti, e que em todas as suas ações procura tirar proveito pessoal, podes estar certo de que ele não é bom, e nunca poderás confiar-te nele; aquele que dirige os negócios do Estado não deve jamais pensar em si mesmo, mas sempre no príncipe e nunca recordar-lhe coisas que estejam fora da esfera do Estado.

O príncipe para garantir-se do ministro, deve pensar nele, honrando-o, fazendo-o rico, fazendo com que ele contraia obrigações para contigo, fazendo-o participar de honras e cargos, de modo que as muitas honrarias não lhe tragam o desejo de outras.

Capítulo XXIII - De como se evitam os aduladores

Outra maneira de proteger-se da adulação não existe, se não fazer com que os homens compreendam que não te fazem ofensa em dizer a verdade; quando, porém, todos podem dizer-te a verdade, faltar-te-ão ao respeito. Um príncipe prudente deve, pois, portar-se de uma terceira maneira, escolhendo em seu Estado homens sábios e apenas a estes conceder o direito de dizer-lhe a verdade a respeito , porém, somente das coisas que ele lhes inquirir.

Um príncipe deve, pois, aconselhar-se sempre, mas quando ele julgar que o deve e não quando os outros desejam. Mesmo, julgando que alguém, por medo, não lhe diga a verdade, não deve o príncipe deixar de mostrar o seu desprazer. Conclui-se daí, é que os bons conselhos, venham de onde vierem, nascem da prudência do príncipe e não a prudência do príncipe dos bons conselhos.

Capítulo XXIV - Porque os príncipes de Itália perderam seus Estados

Um príncipe novo é muito mais vigiado em seus atos do que um hereditário, e quando esses atos mostram virtude, atraem muito mais aos homens e os obrigam muito mais de que a antiguidade do sangue. Isso porque os homens são muito mais presos as coisas do presente do que àquelas do passado e, quando acham o bem naquelas, contentam-se e nada mais buscam, antes, tomarão a defesa do príncipe se este não falhar nas demais coisas às suas promessas.

Deste modo, esses nossos príncipes que, por muitos anos, possuíram seus principados, para depois vir a perdê-los, não acuse a fortuna, mas sim sua própria ignávia; porque jamais tendo nas boas épocas pensando em que os tempos poderiam mudar [e é comum nos homens não se preocupar, na bonança, com as tempestades], quando chegaram os tempos adversos, pensaram em fugir e não defender-se e aguardaram que as populações cansadas da insolência dos vencedores os reclamassem outra vez.

Não quererias cair apenas porque acreditas que encontres quem te levante. Isto, ou não sucede, ou, quando sucede, não te trará segurança, porque é fraco meio de defesa o que de ti não depende. E são sempre bons, certo e duradouros os meios de defesa que dependem de ti mesmo e de teu valor.

Capítulo XXV - De quanto pode a sorte nas coisas humanas e de que maneira se deve resistir-lhe

Não desconheço que muitos têm e tiveram a opinião de que as coisas do mundo são dirigidas pela fortuna e por Deus, de modo que a prudência humana não pode corrigi-las, e mesmo não lhes traz nenhum remédio. É o que acontece com rios impetuosos que, quando se tornam encolerizados, alagam as planícies, destroem as árvores, os edifícios, tudo cede ao seu ímpeto, sem poder obstar-lhe; mas não é menos verdade que os homens podem, quando o rio se acalmar, providenciarem diques para que da próxima cólera do rio, este passe por canais que certamente conterão parte dos estragos. O mesmo acontece com a fortuna, o seu poder se manifesta aonde não há resistência organizada.

Relativamente os caminhos que conduzem os homens às finalidades que buscam, podem ser diversos. Nota-se que dois indivíduos para chegarem ao mesmo objetivo podem agir de maneira totalmente diversas; em contrapartida dois homens agindo da mesma maneira podem não chegar aos mesmos resultados. Mas com toda certeza, de qualquer maneira que se porte o homem, deve ele modificar seu modo de agir de acordo com o tempo e as coisas.

Concluo, pois, por dizer que, modificando-se a fortuna, e conservando os homens, com obstinação, o seu modo de proceder, são felizes enquanto esse modo de agir e as particularidades do tempo combinarem. Não combinando, serão infelizes.

Capítulo XXVI - Exortação ao príncipe para livrar a Itália das mãos dos Bárbaros

Deste modo, tendo ficado como sem vida, aguarda a Itália aquele que lhe possa curar as feridas e dê fim ao saque da Lombardia, aos tributos do reino de Nápoles e da Toscana, e que cure as suas chagas já há muito tempo apodrecidas. Percebe-se que ela pede a Deus que lhe mande alguém que a redima de tais crueldades e insolências de estrangeiros. Vê-se mesmo, que se acha pronta e disposta a seguir uma bandeira, desde que exista quem a levante.

Aqui há muito valor no povo, embora faltem chefes. Observai, nos duelos e torneios, quanto são os italianos superiores em força, destreza e inteligência. Tratando-se, porém, de exércitos, tais qualidades não chegam a mostrar-se. E tudo deriva da fraqueza dos chefes, pois os que sabem não são obedecidos e todos acreditam saber muito, não tendo surgido até o momento nenhum cujo valor ou sorte de tanto realce que obrigue os demais a abrir-lhe caminho. É por este motivo que em tanto tempo, em tantas guerras que se deram nestes últimos vinte anos, todo exército inteiramente italiano sempre se saiu mal.

É preciso portanto, preparar as armas, para poder defender-se dos estrangeiros com a própria bravura italiana. E não obstante sejam considerados formidáveis as infantarias suíças e espanholas, têm ambas defeitos, de maneira que uma terceira potência, que viesse a ser criada, poderia não só opor-se mas ter confiança na vitória. Pode-se, pois, conhecendo os defeitos dessas duas infantarias, organizar uma terceira que resista à cavalaria e não tema a sua rival. E daí virá `formação de uma geração de guerreiros e a alteração dos métodos. E são essas coisas que , reorganizadas, dão reputação e grandeza a um príncipe novo.

Não se deve, pois, deixar escapar-se essa oportunidade, a fim de fazer com que a Itália, após tanto tempo, encontre um redentor. Já fede , para todos, este domínio de bárbaros. Toma, portanto, a vossa ilustre casa esta tarefa com aquele ânimo e aquela fé com que as boas causas são esposadas, a fim de que, sob o seu brasão, esta pátria se enobreça, e sob os seus auspícios se verifique aquela expressão de petrarca.

APÊNDICE - Carta de Machiavelli a Francesco Vettori

Magnífico embaixador. Tardas nunca foram as graças de Deus. Digo tal porque me parecera não ter perdido, mas enfraquecido a vossa graça, tendo vós ficado tanto tempo sem me escrever e estava eu em dúvida de onde pudesse vir a razão. E a todas quantas me acudiam à mente dava eu pouca importância, menos àquela pela qual duvidava não houvésseis deixado de escrever-me, porque vos houvesse sido escrito que não fosse eu bom conservador de vossas cartas; e sabia eu que, Felippo e Pagolo exclusive, outros não as tinham visto de mim. Não posso, pois, desejando render-vos iguais graças, dizer-vos nesta missiva outra coisa a não ser minha vida, e se julgardes deva trocá-la pela vossa, ficaria satisfeito em mudá-la. E como disse Dante, não pode a ciência daquele que não guardou o que escutou - anoto aquilo de que pela sua conversação fiz cabedal e compus um opúsculo DE PRINCIPATIBUS, onde me aprofundo o mais que posso nas cogitações deste assunto, debatendo o que é principado, de quantas espécies são, como são conquistados, como se podem manter, porque se perdem; e se alguma vez vos agradou uma fantasia minha, não deveria esta vos desagradar. E de minha fé não se deveria duvidar, pois tenho sempre observado a fé, não vou agora quebrá-la; e quem foi fiel e bom durante quarenta e três anos, que são os que tenho, não deve poder mudar sua natureza; e de minha fé e bondade é testemunho a minha pobreza. Queria, portanto, que ainda me escrevêsseis o que sobre este assunto vos pareça , e a vós me recomendo.

Extratos dos discursos de Maquiavel acerca das décadas de Tito Lívio

[Comentado por Napoleão Bonaparte]

I - É difícil que um povo, habituado a viver sob o mando de um príncipe tendo caído, por alguma eventualidade, sob um governo republicano, permaneça nele.

II - Um povo corrompido em estado republicano mantém-se com grande dificuldade.

III - Quando um Estado monárquico começou bem, um príncipe fraco pode manter-se nele, mas não há nenhum reino que possa sustentar-se quando o sucessor desse príncipe é tão fraco quanto o próprio.

Os príncipes são fracos quando não estão sempre prontos para fazer a guerra.

IV - O príncipe que entra num Estado novo para ele deve renová-lo totalmente.

Quem quer que se torne príncipe de um Estado, ou província, particularmente quando está fracamente firmado neles. É preciso estabelecer novos governos como novos nomes nas cidades, uma nova autoridade e novos homens, como fez Davi ao se tornar rei: deve edificar novas cidades, destruir as velhas, levar moradores de um lugar para outro, ou seja, não deixar nada inalterado nessa província.

Aquele que deseje reinar sobre uma nova província, descuidando dessa sábia alternativa de viver como particular, deve fazer este mal se quiser manter-se.

V - O populacho é atrevido, mas no fundo é fraco.

Estou certo, portanto, de que a boa ou má disposição de um povo deve ser levada em pouca conta se te encontras em situação de poder contê-lo e de poder providenciar para não ser ofendido por nenhum indivíduo bem ou mal disposto.

As más disposições provenientes destas causas são formidáveis necessitam-se de maiores remédios para deprimi-las e contê-las, enquanto que isso é mais fácil nas outras más disposições, contanto que nos povos não disponham de chefes a quem possam recorrer.

Por essa razão, um vulgo sublevado que quisesse evitar tais perigos, deveria escolher um chefe, pensar em sua defesa, como fez a massa de Roma. Quando a plebe não toma tais cuidados sempre lhe acontece o que disse Tito Lívio, isto é, todos juntos são audazes e que depois cada um se torna covarde e fraco quando começa a pensar no perigo que o ameaça.

Não creio que se possa dizer que entre os que nasceram de humilde condição e chegaram a empunhar um cetro existia pelo menos um que o tenha feito pela força e pela fraqueza.

Aquilo que os príncipes precisam fazer para sua elevação é também necessário nas novas repúblicas, até que se tenham tomado poderosas e que precisem apenas de força para sustentar-se.

VI - Quem quer que chegue de uma baixa condição à mais alta elevação consegue muito mais a fraude do que com a força.

VII - O príncipe que, através de sua deferência com os governados, acredita temperar sua ousadia, geralmente se engana.

Constatou-se frequentemente que esta palavra não é tão-só inútil de todo, como prejudicial, principalmente quando a exerces com homens insolentes que, por inveja ou outros motivos, odeiam-te.

Um príncipe, portanto, não deve jamais permitir em rebaixar-se de sua posição nem em abandonar coisa alguma, a não ser que não possa ou creia não poder reter o que lhe obrigam a ceder. Vale quase sempre, quando a coisa chegou a um ponto em que não se pode cedê-la de bom gosto, que a deixes ser levada pela força, em lugar de deixar que seja roubada por meio desta. Quando cedes por medo é para evitar uma guerra e frequentemente, não se pode cedê-la de bom gosto, que a deixes ser levada pela força em lugar de deixar que seja roubada por meio desta. Quando a cedes por medo é para evitar uma guerra e, frequentemente, não a evitas. Aquele a quem, por efeito de visível covardia, tenhas concedido o que queria, não parará apenas nisso.

VIII - Quão perigoso é para um príncipe, bem como para uma república, não castigar ultrajes praticados contra uma nação ou contra particular.

Pode-se perceber quanto a indignação causada pela impunidade dos culpados deve ocasionar de mal se considera o que aconteceu aos romanos por não terem castigado a perfídia de seus três embaixadores com respeito aos franceses para os quais se havia enviado a Clusi.

Os franceses, tendo conhecimento de que eram honrados aqueles que mereciam simplesmente o castigo, olharam essa conduta como ofensiva e ignominiosa para si próprios e, indignados e irados, lançaram-se sobre Roma e a tomaram, com exceção do Capitólio.

Esta desgraça não aconteceu aos romanos tão-somente porque haviam faltado com a justiça, mas porque seus embaixadores, que deveriam ser castigados por terem trabalhado criminosamente contra o direito das nações, foram cumulados de honras por esta infâmia. Cuidem, pois, tanto os príncipes; visto que, se ofendido com gravidade por alguém, indivíduo ou Estado, e não recebendo satisfação disso, vingar-se-á de forma funesta para o Estado.

O príncipe nunca deve menosprezar nenhum de seus súditos que acredite que, juntando sua própria injúria à que um deles lhe tenha porventura feito, particular ou cortesão, tenha a ideia de vingar-se do príncipe, ainda que atraindo a desgraça para sua própria pessoa.

IX - A fortuna cega o espírito dos homens quando não quer que se oponham a seus próprios desígnios.

Se consideram os rumos de coisas humanas, reconher-se-á que frequentemente ocorrem acidentes contra os quais os céus não desejaram que os homens pudessem preservar-se.

Nada sendo mais verdadeiro que essa conclusão: os homens, cuja vida foi formada de grandes adversidades ou de perene prosperidade, não merecem censuras ou elogios.

Quando a fortuna deseja que grandes coisas sejam feitas, trabalha com competência escolhendo um homem de grande gênio para conhecer as ocasiões que lhe vai apresentar e de valores bastante extenso para aproveitar-se delas.

É um verdadeiro que os homens possam auxiliar a fortuna; podem dirigir, não cortar o fio de suas operações. Todavia, nunca devem desanimar-se, porque não sabendo o fim a que ela leva e caminhando por sendas controversas e desconhecidas, sempre devem esperar e, consequentemente, suster-se com a esperança sem qualquer circunstância crítica ou incômoda em que se encontrem.

X - Um governo deve evitar confiar cargos ou administrações de alguma importância aos que tenha ofendido.

Esta verdade é tão evidente que basta expor aqui o exemplo que nos presta a história romana.

Quando vemos que o ressentimento exerce tamanho influxo sobre um cidadão romano, nos tempos em que Roma não estava corrompido, devemos prever quanto pode fazer num cidadão de um Estado em que se introduziu a corrupção e em que as almas estão destituídas de toda antiga magnimidade romana.

XI - Porque os franceses foram e são ainda olhados, no início do combate, como mais que homens e menos que mulheres quando este se prolonga.

Para demonstrar minha opinião devo observar que existem alguns tipos de exércitos: o primeiro é aquele em que a ordem conjuga-se com o furor e em que o furor e valentia são provenientes da ordem reinante: tal foi o efeito que os romanos observam em seus exércitos.

Outras espécies de exército é aquela em que não há furor natural nem ordem ocidental; tais são os exércitos italianos de nosso tempo, que são por essa razão absolutamente inúteis.

XII - Do gênio dos franceses

Os gênios franceses conhecem com tanta rapidez os benefícios e prejuízos do momento que conservam escassa lembrança dos bens e males passados e pouco se inquietam com o bem ou mal futuros.

XIII - Pintura das coisas de França

Os franceses são, por natureza, mais fogosos que atrevidos ou destros e quando alguém resiste a seu furor na primeira investida tornam-se humildes e perdem tanto o valor que se tornam tão coardes quanto mulheres.

Não suportam a estreiteza e a falta de conforto, e o tempo os afrouxa tanto em campanha que, se é possível fazê-los esperar, debandam e então é fácil vencê-los... Portanto, aquele que desejar triunfar sobre eles, que os contenha em seu primeiro assalto, que os entretenha para ganhar tempo e os vencerá. Por isto dizia César que os franceses - galos - eram , inicialmente, mais que homens e no fim, menos que mulheres.

XIV - Detalhes de Castruccio Castracani, senhor de Luca

Numa batalha terrível que Castruccio Castracani sustentava contra os florentinos, vendo que esta havia durado o suficiente para que estivessem tão cansados como suas próprias tropas, mandou que se adiantassem mil elementos da infantaria através dos seus e ordenou aos últimos que estavam na vanguarda que se abrissem e fizessem um movimento de retorno, uns para a direita e outros para a esquerda, como se retirassem.

Castruccio tinha o costume de dizer que os homens devem experimentar tudo e não se espantar de nada; que Deus ama os homens valorosos, tendo em vista que devemos castigar os fracos por intermédio.

Mandou matar um cidadão de Luca que havia contribuído para sua elevação e como lhe lançassem à face o fato de ter feito morrer um amigo, respondeu que incorriam em erro, visto que havia mandado matar apenas um novo inimigo.

Bibliografia

MACHIAVELLI, Niccolò.O Príncipe; comentado por Napoleão Bonaparte; tradução de Torrieri Guimarães.São Paulo: Hemus-Livraria Editora Ltda., 1977