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Capitalismo e Socialismo da Guerra Fria a Nova Ordem

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A velha ordem mundial

As constantes alterações que têm ocorrido no mapa da Europa nos últimos anos são o sinal de que vivemos um período de transição. É a estruturação da chamada nova ordem mundial, que vem substituir a velha ordem, marcada pela oposição entre Estados Unidos e União Soviética, em um período conhecido como Guerra Fria.

A guerra fria começou a se desenhar após a Segunda Guerra Mundial. Mais precisamente durante a Conferência de Potsdam, realizada em julho de 1945, quando em quatro zonas de ocupação, controladas, de leste a oeste, respectivamente, por União Soviética, Inglaterra, Estados Unidos e França. A capital alemã, Berlim, também foi ocupada, fincando dividida entre os russos a leste, e franceses, ingleses e americanos a oeste.

A partir de então, a bipolaridade que marcou o cenário geopolítico internacional no pós-guerra já estava configurada. Isto porque as duas grandes potências vencedoras - a capitalista, representada pelos Estados Unidos, e a socialista, representada pela União Soviética - tinham projetos antagônicas, não só a Alemanha como também para toda a Europa.

O antagonismo ficou claramente expresso a partir de 1947, quando o presidente americano Harry Turman declarou a expansionistas soviéticos no território europeu e, posteriormente, no território asiático.

Devido ao importante papel da União Soviética na derrota do exército nazistas pelo front oriental, desde de fevereiro de 1945 os soviéticos transformaram todo o leste europeu em uma grande área ocupada, alegando a necessidade de manter a segurança junto as suas fronteiras. Desde esse momento já estava estabelecida a chamada "cortina de ferro", com a divisão da Europa em duas regiões geopolíticas: a Europa Ocidental, sob a influência dos Estado Unidos, e a Europa Oriental, sob a influência da União Soviética.

Para dar conta do Projeto de contenção da influência Soviética, os Estados Unidos financiaram a reconstrução e o fortalecimento econômico da Europa, através do Plano Marshal e dos países do Leste e Sudeste asiáticos, através do Plano Colombo. Instalaram um arsenal nuclear nos países da Europa Ocidental e envolveram-se em guerras localizadas, onde existia a oposição Capitalismo - Socialismo, como as guerras da Coréia (1950-1953) e do Vietnã (1930-1973)

Por seu lado, já em 1948 a União Soviética transformou as áreas de ocupação do Leste em governos pró-soviéticos, controlando-os de forma absolutamente autoritária, e também criou mecanismos de auxílio e cooperação econômica no interior do bloco socialista, através do Comecon.

Do ponto de vista do equilíbrio do poder, a guerra fria também se consolidou com a criação de duas grandes Organizações militares: a Otan, em 1949, e o Pacto de Varsóvia, em 1955, que tinham como principal objetivo impedir a expansão dos sistemas socialistas e capitalistas, respectivamente.

Essas organizações, bem como as guerras localizadas entre as duas superpotências, foram expressão clara de como o controle mundial efetivou-se através do chamado "equilíbrio do terror". A corrida tecnológica que colocou os dois países em posição militar de destruir o mundo todo, principalmente através das armas nucleares, serviu como eficaz mecanismo de controle mundial.

Com a queda do Muro de Berlim, em 1989, essa velha ordem mundial começava a ruir. Construído em 1961, para consolidar a divisão da capital, evitando a fuga de alemães oriental para o lado capitalista, o muro foi o grande símbolo da bipolaridade, da disputa ideológica e militar entre os dois grandes vencedores da Segunda Guerra Mundial.

No entanto, a nova ordem que começou a ser construída desde então não representa uma completa ruptura com o passado. Pelo contrário, só pode der compreendida a partir dos elementos da velha ordem, que continuam presentes.