Nome dado à tendência de selecionar (em grego eklégein) dentre as opiniões de várias escolas filosóficas, aquelas que se considera verdadeiras, de modo a incorporá-las a um corpo doutrinário próprio. O primeiro a empregar este termo foi Diógenes Laércio (ver), referindo-se a Potamão de Alexandria, Pressione TAB e depois F para ouvir o conteúdo principal desta tela. Para pular essa leitura pressione TAB e depois F. Para pausar a leitura pressione D (primeira tecla à esquerda do F), para continuar pressione G (primeira tecla à direita do F). Para ir ao menu principal pressione a tecla J e depois F. Pressione F para ouvir essa instrução novamente.
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Ecletismo

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Nome dado à tendência de selecionar (em grego eklégein) dentre as opiniões de várias escolas filosóficas, aquelas que se considera verdadeiras, de modo a incorporá-las a um corpo doutrinário próprio. O primeiro a empregar este termo foi Diógenes Laércio (ver), referindo-se a Potamão de Alexandria, afirmando que este, ao selecionar o melhor de cada filosofia com as quais tivera contato, iniciou uma escola eclética (eklektiké áiresis).

Tomando este termo em sentido amplo, podemos encontrar algumas noções comuns a todos os pensadores denominados ecléticos. Em primeiro lugar, a oposição deste pensamento às noções de caráter dogmático (ver Dogmáticos), na busca de possibilidades consensuais e conciliatórias. Em segundo lugar, a busca efetuada por estes pensadores, no sentido de encontrar um critério de verdade que permita justificar as próprias posições, bem como eleger, entre as várias correntes de pensamento, as noções que se apresentem em conformidade com este critério. Neste sentido, o ecletismo pode ser diferenciado do sincretismo (ver), este entendido como mera fusão de elementos discordantes, uma vez que aquele pretende possuir um princípio desde o qual pode harmonizar teorias aparentemente diversas.

Podemos constatar a presença do ecletismo em vários períodos da história da filosofia. Esta tendência manifestou-se com frequência durante o período chamado helenístico-romano, que abrange os séculos IV a.C. a III d.C. A escola peripatética (ver Liceu), após a morte de Aristóteles, sentiu a necessidade de procurar algumas teses consensuais, especialmente após a ferrenha crítica exercida pelos céticos a seu pensamento. Da mesma maneira o estoicismo médio (ver Estóicos), nos séculos II-I a.C., substitui algumas das teses de Zenão de Cítio por noções platônicas ou aristotélicas. Também a Academia, no século I a.C., principalmente com Fílon e Antíoco, passa do ceticismo ao ecletismo. Estes dois filósofos foram mestres daquele que é considerado o maior representante de uma filosofia eclética, o pensador romano Cícero.

Juntamente com Cícero, considera-se os neoplatônicos (ver Platonismo) importantes pensadores para a consolidação desta escola (Plotino, Porfírio, Proclo, Damascio, Jâmblico), juntamente com o novo estoicismo de Sêneca. Os primórdios do pensamento cristão foram também marcados por forte assimilação do pensamento grego. Neste sentido, podemos citar São Clemente e Santo Agostinho como filósofos de tendência eclética. A filosofia renascentista igualmente pode ser considerada eclética, especialmente nos autores que, de alguma forma, intentaram conciliar as principais escolas de pensamento antigas, como as de Platão, Aristóteles e dos estóicos. No século XIX, a filosofia de Victor Cousin, se autodenomina espiritualismo eclético, emprestando a esta tendência características de conciliação e moderação próprias de uma vertente do pensamento neste século.