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Desagregação do regime monárquico e a implantação da República no Brasil, A

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O regime monárquico brasileiro passou a ser considerado por diversos setores da sociedade como inadequado aos problemas da época, tanto político como social-econômico. Aferrada ao conservadorismo político e a escravidão, a monarquia foi se isolando, tanto no plano internacional como no nacional. Sob a ótica do primeiro, a burguesia industrial questionava a escravidão e com ela, indiretamente, a monarquia. Já no segundo aspecto, o Segundo Reinado começou a ser abandonado pela Igreja, que se insurgiu contra a submissão ao Estado através do padroado (questão religiosa); pelo Exército, que não aceitava mais ficar relegado, pelo governo, a segundo plano, em face a importância que adquiria depois da Guerra do Paraguai. Tal insatisfação eclodiria de uma vez em 1884, com a revolta de importantes chefes do Exército, em face ao descaso de político e ministros conservadores àquela instituição (questão militar); pelos senhores de escravos, que não se conformavam com a abolição da escravatura e com o fato de não terem sido indenizado (questão abolicionista). Tudo isso sem contar que, desde 1870, o ideal republicano, que já havia estado presente em vários movimentos brasileiros, ganhara um formação mais sólida e concreta.

Diante da oposição de tantos setores da sociedade contra a monarquia, tornou-se possível o tranquilo sucesso do golpe político que instaurou a república no Brasil. Mesmo assim, o governo imperial ainda tentou sair do isolamento em que se encontrava, apresentando à Câmara dos Deputados um programa de reformas política, do qual constam itens como a liberdade de fé religiosa; autonomia e para as províncias; mandato temporário para os senadores, dentre outros0

Contudo, tal programa chegou tarde, pois no dia 15 de novembro de 18889, o Marechal Deodoro da Fonseca assumiu o comando das tropas revoltosas e ocupou o quartel general do Rio de Janeiro. À noite, constituiu-se o Governo Provisório da República dos Estados Unidos do Brasil. Uma as primeiras medidas tomadas pelo novo governo brasileiro foi solicitar ao Imperador D. Pedro II, que estava em Petrópolis durante todos os acontecimentos, que o mesmo se retirasse do país, juntamente com toda a família.

Sem oferecer reação alguma, o soberano embarcou na madrugada do dia 17 de Novembro, ruma a Europa. Antes, fez questão de desejar "de todo o coração, votos de prosperidade ao Brasil".