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Carlos Drummond de Andrade

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Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) nasceu em Minas Gerais, na cidade de Itabira. Fez lá seus primeiros estudos e em 1918 se mudou para Friburgo e passou a estudar no internato do Colégio Anchieta. Um ano depois é expulso após um incidente com o professor de português.

Drummond de Andrade se forma em Farmácia a família exigia um diploma; ele nunca exerceu a profissão) e passa a lecionar História e Geografia e sua cidade natal, mas em 1934 assume um cargo público no governo Vargas.

Burocrata toda a vida (se aposentou em 1962, mas sempre foi organizado), quando da morte do poeta toda sua obra que seria publicada postumamente estava bem organizada. Em 1945 tornou-se co-diretor do jornal do comunista Luís Carlos Prestes e depois passou a trabalhar no então Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.

Drummond foi cronista depois de aposentado (antes também, mas principalmente depois) e era preocupado com a profissionalização do escritor, tendo ajudado diversas fundações para a classe. Além de cronista, o autor também fez contos e escreveu um livro infantil ilustrado por Ziraldo.

Carlos Drummond de Andrade Mas é como poeta que ele se destaca. Sua obra Alguma Poesia, de 1930, inaugura a segunda fase do Modernismo. Nela aparecem muitas características da primeira fase, como o poema-piada, mas começam a aparecer preocupações sociais e políticas, como a crítica aos regimes de exclusão então em pleno vapor e crescendo.

A partir de 1962 surgem poesias com tendências concretistas até, mas o melhor seria exemplificar como o próprio autor divide e classifica suas poesias e as temáticas destas: o indivíduo, a terra natal, a família, os amigos, o choque social, o conhecimento amoroso, a poesia em si, exercícios lúdicos e uma visão (ou tentativa de) existência. Outras características de sua obra incluem um fino humor, uma angústia diante da morte, a capacidade de surpreender o leitor e a monotonia da vida.

Poesias

A poesia a seguir foi composta quando da morte de Érico Veríssimo.

A Falta de Érico

Falta alguma coisa no Brasil
depois da noite de Sexta-feira
Falta aquele homem no escritório
a tirar da máquina elétrica
o destino dos seres,
a explicação antiga da terra.

Falta uma tristeza de menino bom
caminhando entre adultos
na esperança da justiça
que tarda - como tarda!
a clarear o mundo.

Falta um boné, aquele jeito manso,
aquela ternura contida, óleo
a derramar-se lentamente,
falta o casal passeando no trigal.

Falta um solo de clarineta.