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Viva! A vitória no futebol não nos anestesia

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A maior parte dos terremotos é causada por falhas geológicas, vulcanismos e, principalmente, pelo encontro de diferentes placas tectônicas, provocando os tão temidos abalos sísmicos. No Brasil isso ocorre pouco, pois o país está situado no centro da placa Sul-Americana de forma que e os sismos nessa localidade, raramente possuem magnitude e intensidade elevadas.

Essa “tranquilidade geológica” parecia se confundir com a falta de choques no tecido social brasileiro, mas finalmente #OGiganteAcordou e as placas tectônicas sociais começaram a se chocar, fruto de uma doença que, na medicina, levaria ao óbito, à falência múltipla de órgãos, falência essa quase total do legislativo e seu corporativismo nefasto, do executivo e seu imobilismo, com foco em projeto de poder e não de nação, deum judiciário tardio e de trâmites pouco transparentes, de uma mídia parcial acima do limite do aceitável, de religiões que buscam manchetes e também poder político, esquecendo-se de que o papel delas é colaborar com a mudança do mundo não pelo espírito da força, mas pela força do espírito.

Estamos diante do esgotamento institucional. No Brasil, há muito tempo, as instituições estão aquém das necessidades de um povo cada vez mais consciente e que agora não é mais pautado pelos meios de comunicação, mas faz, através das redes sociais, as próprias manchetes, e terminam por pautar a mídia que não vê alternativa a não ser divulgar o que já estamos vendo via facebook, instagram, twitter.

Manifestantes nas ruas do BrasilDepois de tudo o que houve ficou claro que tudo isso aconteceu não apenas por 20 centavos, que fique claro também que não foi apenas pela forma violenta como a polícia de São Paulo reagiu ao primeiro protesto, mas sim o resultado da histórica violência institucional praticada no Brasil, pois toda vez que alguém procura um serviço de saúde e não encontra, está sofrendo violência institucional. Toda vez que se coloca um filho ou filha numa escola pública e ele chega ao fim do ensino fundamental sem domínio mínimo da própria língua, ele também é vítima de violência institucional, e quando um indivíduo sai às ruas com medo, como um animal numa selva cheia de perigos mortais e não tem a certeza de que voltará vivo para casa ele é uma vítima direta da violência urbana, e depois escuta como resposta: “isso não acontece apenas em nosso estado, é em todo Brasil”, como se tal argumento fajuto representasse uma desculpa para incompetência e indiferença com a segurança das pessoas.

Sobre pressão, finalmente o congresso aprovou uma lei que transforma a corrupção num crime hediondo, mas compartilho da opinião dos que veem a corrupção como crime doloso, ou seja, que tem a intenção de provocar dolo, ou até mesmo de matar, pois se uma verba da saúde não chegou e o paciente morre, isso não foi um acidente, foi um assassinato.

O Brasil do futebol obteve uma belíssima vitória sobre a Espanha no último domingo, não resta dúvidas, mas, o melhor de tudo não foi o saldo de gols e sim, constatar que isso não nos anestesiou, pois o próprio jogador Fred batizou o gol com o nome de #OGiganteAcordou. Acho que muitos ficaram torcendo pela vitória da seleção com a ilusão de que faria, como já fez no passado, às vezes de circo distraindo a massa, mas esse tempo passou. Agora fomos nós que invadimos o picadeiro com o objetivo de tirar de cena os verdadeiros palhaços que empobrecem o espetáculo da vida nacional.

E para aqueles revolucionários de pijama, que torcem para que tudo mude do sofá da sala ou cujo maior esforço para mudança é apenas o do clicar o mouse para compartilhar no facebook, curtir no instagram ou retwittar, é hora de fazer mais por um país melhor.

b_82_106_16777215_01_imagens_autores_rossandro-klinjey.jpgPsicólogo Clínico com Mestrado em Saúde Coletiva atua desde 2001 em seu consultório particular. Como professor leciona nos cursos de Administração de Empresa, cursos da área de saúde, bem como em especializações nas áreas de: recursos humanos, gestão de pessoas, gestão pública, gestão estratégica, marketing, educação, entre outros.

Como palestrante atua nas áreas de recursos humanos, motivacional, liderança, perspectivas da educação, relações interpessoais, desenvolvimento emocional, gestão de pessoas, serviço público, cultura de paz, entre outros.

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