O trabalho, publicado na revista científica Science, pode ajudar a encontrar medicamentos que reduzam os danos causados pelo vírus na infecção de ... Pressione TAB e depois F para ouvir o conteúdo principal desta tela. Para pular essa leitura pressione TAB e depois F. Para pausar a leitura pressione D (primeira tecla à esquerda do F), para continuar pressione G (primeira tecla à direita do F). Para ir ao menu principal pressione a tecla J e depois F. Pressione F para ouvir essa instrução novamente.
Título do artigo:

Pesquisa brasileira mostra como vírus Zika age no cérebro

223

por:

 

Pesquisa brasileira revela como o vírus Zika age nos tecidos cerebrais levando a malformações neurológicas em bebês, entre elas a microcefalia. O trabalho, publicado na revista científica Science, pode ajudar a encontrar medicamentos que reduzam os danos causados pelo vírus na infecção de grávidas.

O estudo foi feito por cientistas do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), liderados pelo neurocientista das duas instituições Stevens Rehen, com apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e da Academia Brasileira de Ciências.

A partir de células-tronco humanas, os pesquisadores criaram minicérebros ou organoides cerebrais, similares ao cérebro humano em desenvolvimento. Os modelos adotados são complexos do que culturas celulares. “A partir do momento em que a gente usa neuroesferas e minicérebros, consegue identificar alterações que não observaria com outro tipo de estratégia”, explicou Rehen. Segundo o neurocientista, a metodologia permite identificar a relação entre o Zika e a malformação e mostrar como as consequências variam de acordo com a etapa da gravidez em que ocorre a infecção.

Tratamento

A partir desse modelo de pesquisa, dez medicamentos estão sendo testados para impedir a infecção ou reduzir os impactos do vírus sobre o cérebro. Um deles, segundo Rehen, pode reduzir a morte cerebral causada pelo Zika. No entanto, serão necessários novos testes para apresentar o medicamento como alternativa para as mulheres grávidas.

Os remédios em teste já têm a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para outras doenças e poderiam ter no combate ao vírus Zika um segundo uso.

Dados preliminares sobre a eficácia do medicamento mostram que a fórmula protege contra o ataque do vírus, mas não está confirmado se é capaz de reduzir a replicação viral dentro da célula-tronco neural, de acordo com o neurocientista. Rehen espera chegar a novas conclusões sobre a possibilidade de tratamento em dois meses.

Os cientistas também expuseram os minicérebros ao vírus da dengue, mas perceberam que, apesar de a infecção ser maior que a do vírus Zika, praticamente inexistem as consequências relacionadas a malformações. “Não há danos ao tecido. O vírus replica, mas ele não tem como consequência alterar o padrão de morte celular, nem alterações morfológicas, nem malformações no modelo que a gente usa”.

b_200_133_16777215_01_images_stories_noticias_ciencia-e-saude_dengue-zika.jpgDependendo do modelo utilizado, a pesquisa indicou que o vírus Zika pode agir em um tecido do cérebro com três dias, seis ou 11 dias de infecção. “Dependendo de quando acontece essa infecção, as consequências para a formação do tecido podem ser mais ou menos drásticas”. Com 11 dias, o crescimento do minicérebro é 40% inferior ao dos não infectados, revelou a pesquisa.

Fonte: Agência Brasil