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O turismo como atividade econômica e suas diversas formas

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O turismo é uma atividade econômica relacionada às condições geográficas. Depende das características da paisagem natural (condições ambientais, como o clima, a vegetação e formas de relevo e hidrografia ou proximidade do oceano) e cultural (paisagem arquitetônica, museus, eventos culturais, estrutura do comércio e eventos econômicos como feiras comerciais, conferências internacionais, etc.)

Nesse sentido, as atividades econômicas relacionadas ao turismo incorporam o espaço geográfico pelo seu valor paisagístico, para transformá-lo em um espaço de consumo. De fato, a paisagem é o primeiro contato do turista e é importante que ela produza uma sensação favorável, atraente e harmoniosa.

Há, ainda, os casos do espaço destinado ao turismo produzido artificialmente, independentemente de sua história, de seu contexto cultural ou mesmo da paisagem natural.

Complexidade do Espaço Turístico


Paisagem TuristicaO turismo na sua enorme complexidade reveste-se de tríplice aspecto com incidências territoriais específicas em cada um deles. Trata-se de fenômeno que apresenta áreas de dispersão (emissoras), áreas de deslocamento e áreas de atração (receptoras). É nestas que se manifesta materialmente o espaço turístico ou se reformula o espaço anteriormente ocupado. É aqui também que se dá de forma mais acentuada o consumo do espaço.

A dificuldade para definir-se o espaço turístico está basicamente em captar o peso ou a força que essa atividade exerce na produção do espaço. Distinguem-se facilmente os espaços de vocação turística, como os parques nacionais; apesar de neles o turismo ser uma atividade intensamente explorada, não foi esta que os produziu. Por outro lado encontram-se espaços produzidos pelo turismo e para o turismo, apesar da ausência de quase todos os fatores apontados como favoráveis para a produção do espaço turístico (como é o caso de Las Vegas).

Las Vegas, a cidade dos Superlativos

Las VegasNo dia 17 de abril de 1958, a cidade mais luminosa do planeta, segundo aferição oficial de um satélite que circunda a Terra a 800 quilômetros de altitude, decidiu apagar todos os seus luminosos. Las Vegas adotou a medida extrema para tentar afugentar as centenas de milhões de gafanhotos, que, vindos do deserto adjacente, invadiram a cidade.

Mas o que levou mais de 38 milhões e quinhentos mil turistas à um bloco de prédios no meio do deserto do Estado de Nevada, no ano passado? Essa cidade recebeu cerca de 8 vezes mais turistas do que todo o Brasil no mesmo período. A cidade abriga nada menos que dezessete dos vinte maiores hotéis do planeta - e referir-se a eles como hotéis é como chamar um avestruz de passarinho. Vegas pode hospedar 350 000 pessoas por noite. É quase toda a sua população. Se você não imagina o quanto é isso, saiba que, em um mês, com apenas um casal por apartamento, praticamente toda a população da cidade de São Paulo poderia passar uma noite em Vegas.

Las Vegas é um excelente exemplo de espaço produzido artificialmente para exploração do turismo. Localiza-se em pleno deserto de Nevada, cujo índice pluviométrico pouco ultrapassa 100mm anuais, distante mais de quinhentos quilômetros de Los Angeles e quase mil quilômetros de São Francisco, dois grandes centros urbanos da Califórnia que, além de se comportarem como pólos emissores, funcionam também na captação e na distribuição da demanda turística de Las Vegas, provenientes do mundo todo que utilizam seus modernos aeroportos para baldeação para a capital mundial do jogo.

Mas da mesma forma que pode ser visto como uma atividade de consumo, entre outras coisas, do próprio espaço geográfico, por pessoas que estabelecem uma relação passageira com ele, o turismo depende de que esse espaço seja produzido para que possa desenvolver-se como atividade econômica, ou seja, como produto de consumo. Nesse sentido, hotéis, resorts, parques temáticos, guias, agências especializadas e agências de viagens formam uma complexa rede de interesses. O papel do Estado é fundamental no planejamento e na criação de infra-estrutura adequada, tais como estradas, aeroportos, portos e rede de água e esgoto, para atender ao volume de população que se estabelece temporariamente no local.

Atualmente, o conjunto de atividades relacionadas ao turismo é um dos principais negócios do mundo e tem sido uma das atividades que mais cresceu na última década. O faturamento do turismo nesse período coloca o setor ao lado da indústria petrolífera, da indústria automobilística, da indústria de armamentos e dos serviços financeiros, incluindo uma gama variada das atividades citadas anteriormente.

A Europa é, de longe, o mais importante destino de turistas, devido a seus atrativos históricos e culturais: monumentos, museus, arquitetura, espaços públicos, além da costa mediterrânea, muito procurada nos meses de verão, principalmente pelos próprios europeus, e dos Alpes, cobiçados durante o inverno. Além disso, possui infra-estrutura para receber o grande fluxo anual de pessoas de fora, que, em alguns países supera em volume a própria população residente. Os mais visitados são a França, a Espanha, a Itália, o Reino Unido e a Alemanha.

Individualmente, os Estados Unidos também são um grande receptor mundial de turistas, obtendo a maior entrada de divisas com o setor: o país fica com cerca da sexta parte de toda a receita obtida com o turismo internacional.

TABELA A

TABELA B

Entrada de turistas internacionais (em milhões de pessoas)

Entrada de divisas por turismo internacional (em bilhões de dólares)

Posição em 2002

Posição em 2002

Mundo

703

Mundo

474

1 França

77,0

1 EUA

66,5

2 Espanha

51,7

2 Espanha

33,6

3 EUA

41,9

3 França

32,3

4 Itália

39,8

4 Itália

26,9

5 China

36,8

5 China

20,4

6 Reino Unido

24,2

6 Alemanha

19,2

7 Canadá

20,1

7 Reino Unido

17,8

8 México

19,7

8 Áustria

11,2

9 Áustria

18,6

Hong Kong (China)

10,1

10 Alemanha

18,0

10 Grécia

9,7

(OMT. Dados essenciais, edição 2003)  

O ecoturismo é outra modalidade que tem se desenvolvido muito nas últimas décadas, principalmente a partir de 1970, quando a discussão sobre questões ambientais transformou-se numa temática internacional, sensibilizando pessoas de todo o mundo. Ainda representa, entretanto, uma fatia pequena do destino do turismo internacional: cerca de 5% do volume total dos mais de 700 milhões de pessoas que viajaram pelo mundo em 2003. Embora lento, o seu crescimento tem sido progressivo, e muito investimento tem sido feito internacionalmente para explorar esse potencial.

Na América Latina, o ecoturismo é praticado muitas vezes por empresas não especializadas ou por guias improvisados, que levam os turistas a programas sem nenhuma preocupação com a conservação ambiental, fundamental nesse tipo de atividade, permitindo que os visitantes joguem lixo pelo caminho, capturem animais, façam fogueira na mata ou retirem pedaços das formações rochosas de uma caverna.

Turismo No Brasil

Turismo no BrasilPelas suas características naturais, o território brasileiro apresenta excelentes condições para o turismo: grande diversidade de ecossistemas e de paisagens, uma das maiores costas litorâneas do mundo, praias tropicais disponíveis ao lazer o ano todo.

O turismo interno ou doméstico e o turismo externo ou internacional sofrem muitas oscilações, de acordo com o comportamento geral da economia e com o desequilíbrio cambial. Por exemplo, a desvalorização da moeda nacional em relação ao dólar encarece o custo das viagens internacionais e favorece a busca por destinos nacionais.

Além desse fator, devemos considerar os aspectos geopolíticas internacionais, como a atuação do terrorismo internacional que provocou, depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA, uma acentuada queda nas viagens de turismo internacional, afetando companhias aéreas, agências de viagens, hotéis, resorts, parques temáticos e uma infinidade de setores ligados ao turismo. Ficou mais difícil viajar devido às restrições impostas em nome da segurança.

Não se pode ignorar, também, a violência urbana dos últimos anos (ataques dos criminosos do PCC, roubos e mortes de turistas nas praias brasileiras, lixos e poluição ambiental e visual), que são fatores repulsores de turistas, tanto nacionais quanto internacionais.

O Brasil ainda se debate com questões básicas de infra-estrutura, como a falta de sinalização e a péssima conservação das estradas, violência urbana e problemas de limpeza. As grandes metrópoles, como Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, ainda espantam parte dos turistas estrangeiros, que temem pela sua segurança. Além disso, do ponto de vista do turismo internacional, o país tem poucos profissionais que falam outros idiomas.

Há possibilidades de exploração do turismo de eventos e de negócios, desportivo e de aventura, ou do ecológico ou ecoturismo. Para que este último possa gerar renda ao país ou à região, as áreas e ecossistemas naturais precisam ser protegidos. Infelizmente as medidas políticas voltadas para essa atividade (construção de novos aeroportos no interior, restauração e conservação do patrimônio histórico, construção de novas estradas) ainda são insuficientes.

Mas a indústria do turismo não pode ser analisada apenas sob a ótica da geração de empregos, ou de uma nova possibilidade econômica, em que alguns países não conseguem explorar todo o seu potencial, como é o caso do Brasil. Outras questões devem ser levadas em conta, entre elas os seus efeitos ambientais e sociais.

Do ponto de vista social, no Brasil, existem questões relativas à exploração do trabalho infantil, ao uso do trabalho temporário – muito comum nas regiões onde o turismo depende da estação do ano -, e ao turismo sexual, com exploração da prostituição, inclusive de crianças e adolescentes.

O turismo interno no Brasil, por outro lado, é restrito a uma pequena parcela da população brasileira. O país tem dimensões continentais, diversidades naturais e culturais e elevado potencial turístico, muitas vezes inacessível à maior parte dos brasileiros, tanto no que diz respeito ao turismo tradicional, quanto ao ecoturismo.

Fonte: <http://www.geomundo.com.br/geografia-30189.htm>

Turismo como atividade econômica sustentável melhora qualidade de vida

O Turismo pode ser uma atividade econômica e social muito importante em vilas e cidades e viável para todos os envolvidos em sua cadeia produtiva. Para que seja consolidado é imprescindível que o seu desenvolvimento seja planejado com base sustentável.

A sustentabilidade do turismo ocorre através do crescimento econômico integrado com a melhoria da qualidade de vida da comunidade envolvida, conservação e preservação do meio ambiente, valorizando sempre a identidade cultural e as relações políticas e institucionais. Para que isso aconteça, a educação e formação profissional adequada são essenciais para o sucesso na gestão da atividade.

Em virtude da dificuldade em prestar serviços com boa qualidade no setor turístico, em razão da especificidade de seus segmentos e, pelo crescente nível de exigência do turista, as cidades que pretendem desenvolver o turismo necessitam estar preparadas para atingir a excelência no atendimento.

A importância da implementação do turismo regional é relevante para todos os segmentos, pois todas as ações cooperativas e/ou em parceria trazem redução de custos, e somam esforços, equipamentos, idéias e serviços, ampliando os horizontes e fortalecendo todo o grupo.

Com o turismo regionalizado podemos trabalhar interligados nas ações executadas na região a partir de um plano estratégico participativo de desenvolvimento regional sustentável:

Eis algumas ações:

  • Sensibilização e mobilização: campanhas integradas, com menor custo, maior abrangência e mais retorno;
  • Treinamento: facilidade de concretização de centro de treinamento e ou de junção de esforços visando contratação de especialistas;
  • Equipamentos: utilização comum de equipamentos, máquinas, área de eventos, congressos, simpósios, feiras;
  • Folheteria: confecção de peças promocionais com maior tiragem e menores custos com maior variedade de opções;
  • Divulgação: ações integradas sobre a mídia (rádio, jornal, televisão, revistas), ações de relações públicas (visitas, participação em eventos), mais volume de informações, matérias mais diversificadas, fotos variadas, etc;
  • Eventos: utilização de prestadores de serviços regionais, bem como de equipamentos diversos,elaboração de calendário anual, que evite concorrência;
  • Roteiros: elaboração do maior número de opções, para todos os gostos, idades e bolsos, o que fará aumentar o tempo de permanência;
  • Compras: definir polo específico de comércio, o que permitiria aumentar a oferta de produtos, evitando concorrência selvagem na qual todos perdem; manter o comércio turístico aberto o ano todo. Podem-se implantar centros de compras, artesanato, e gastronomia, entre outros em forma de shopping;
  • Central de Compras: aglutinar na região os empresários de um mesmo ramo de atividade e realizar compras no atacado com preço final mais baixo;
  • Marketing: pesquisa macro, visando auscultar o público potencial em relação à região, obtendo redução de custos;
  • Produção caseira: incremento de vendas cooperativadas.

Estas ações implementadas pelos municípios, efetivará a integração regional e permitirá um avanço mais coeso na implementação dos projetos municipais através das articulações estratégicas e pelo engajamento numa verdadeira cadeia produtiva.

O aproveitamento dos recursos naturais juntamente com a criatividade e cordialidade de sua gente, motivará também novos investimentos na região gerando emprego, renda e resultando em inclusão social.

A identidade regional é fortalecida com a criação de destinos turísticos através de rotas, circuitos, eventos turísticos, e programa de qualificação profissional para o setor na região, com elaboração de plano de manejo, gestão e educação ambiental voltados para os atrativos locais. Isso pode ser feito com preparação de trilhas, implantação de infraestrutura de apoio aos turistas e sinalização adequada.

O turismo sustentável com o sentimento e atitudes ambientais motivará empreendedores em torno de oportunidades para uma região que tem um rico potencial turístico, com condições de sustentabilidade.

A proposta de amplitude e alcance social atuará para que a comunidade tenha informações e orientações técnicas a respeito da conservação e do manejo dos recursos naturais, assim como tenha conhecimentos de alternativas a respeito da vida sustentável e suas implicações em termos econômicos e sócio-culturais, promovendo a satisfação dos turistas como também das comunidades envolvidas.

Nesse sentido, um trabalho envolvendo diferentes ciências, como é o caso, pode abranger demandas diferenciadas (de crianças, educadores, jovens e adultos) de modo específico, indo desde a formação e consolidação de valores societários positivos até a própria apresentação de alternativas rentáveis viáveis à população alvo.

O contexto ganha fundamental importância para turismo responsável com conscientização da preservação do meio ambiente na região.

A consolidação do turismo juntamente com a educação ambiental se caracteriza de grande relevância para o Piauí. O turismo regional, através das ações efetivadas pelos municípios, promoverá a interlocução entre o poder público, a iniciativa privada e a comunidade em geral, divulgando o saber em diferentes áreas, em prol da melhoria de vida de um maior número de pessoas.

Além disso, as comunidades, sensibilizadas e mobilizadas a respeito das ações sobre o meio ambiente e dos reflexos deste sobre a qualidade de vida, devem ser protagonistas do turismo e, portanto, promoverão nos municípios a valorização da identidade cultural visando preservar o passado e o presente, para alcançar um futuro melhor para todos.

Visão de futuro sustentável com o turismo:

  • Região com desenvolvimento social, cultural e econômico das comunidades;
  • Agregação de renda através de atividades ligadas ao turismo;
  • Resgate e preservação cultural dos patrimônios artístico e arquitetônico;
  • Promoção da preservação ambiental nas áreas turísticas e APAs;
  • Aumento das perspectivas de trabalho para a população local;
  • Ordenamento de atividades comerciais e de prestação de serviços para o turismo;
  • Aumento no consumo de serviços e produtos nos municípios;
  • Geração de novos negócios diretos e indiretos;
  • Formatação de rotas turísticas para serem percorridas a pé, a cavalo, de bicicleta, de barco ou de carro;
  • Elaboração de um guia com mapa turístico regional;
  • Caderno sobre oportunidades de negócios;
  • Sinalização turística no percurso da região;
  • Sistema de informações turísticas regional;
  • Apoios a promoção e divulgação regional (em sites, periódicos, folder, participação em feiras e eventos).

Fonte: <http://www.piaui2008.pi.gov.br/materia.php?id=36791> (com adaptações)