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Política e Cultura no Brasil República

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Política no Brasil República (pós 1930)

Apesar de quinze anos (1930 — 1945) não serem um período longo, em se tratando de carreira política, raríssimos foram os políticos da República Velha que conseguiram retomar suas carreiras políticas depois da queda de Getúlio em 1945.

A renovação do quadro político foi quase total. Renovação tanto de pessoas quanto da maneira de se fazer política. Mesmo os poucos sobreviventes da República Velha, que voltaram à política após 1945, jamais voltaram a ter o poder que tinham antes de 1930, como foi o caso de Artur Bernardes, do dr. Altino Arantes e de Otávio Mangabeira.

Getúlio foi o primeiro a fazer no Brasil propaganda pessoal em larga escala, chamada "culto à personalidade", típica do nazismo-fascismo e do stalinismo, e ancestral do marketing político moderno.

A aliança elite-proletariado, criada por Getúlio, tornou-se típica no Brasil, como a Aliança PTB-PSD, apoiada pelo clandestino PCB na fase de 1946 — 1964, e atualmente com a aliança PT-PP-PMDB-PL.

Getúlio VargasO estilo conciliador de Getúlio foi incorporado à maneira de fazer política dos brasileiros, e teve o maior adepto no ex-ministro da Justiça de Getúlio, Tancredo Neves.

O maior momento desse estilo conciliador foi a grande aliança política que se formou visando as Diretas-já e, em seguida, uma aliança maior ainda em torno de Tancredo Neves, visando a transição do Regime Militar para a democracia, em 1984 — 1985.

Como conciliador, Getúlio reatou amizade e aliança com inúmeros políticos que com ele romperam ao longo dos 50 anos de vida pública, e sobre isto, Getúlio tinha a frase famosa:

"Nunca tive inimigos com os quais não pudesse me reconciliar!"
Getúlio Vargas

Getúlio Vargas teria sido o criador do populismo no Brasil, embora, na versão de Tancredo Neves, o populismo era uma deformação do getulismo.

Apesar de considerado populista, Getúlio sempre manteve a reserva e o respeito pela autoridade de presidente da república, jamais dispensando o paletó, e jamais aceitando tapinhas nas costas ou qualquer outra manifestação de desrespeito à posição de presidente da república, segundo depoimento também de Tancredo Neves.

A partir de 1946 e até 1964, o populismo tomaria impulso, tendo entre os principais expoentes Ademar de Barros, Jânio Quadros e João Goulart. Nos últimos anos, o representante do populismo com maior projeção era Leonel Brizola do PDT, além de Paulo Maluf, do PP. Existem várias divergências quanto a isso, mas muitos estudiosos também incluem o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva como um representante do populismo, mas um populismo renovado e de esquerda.

São chamados de populistas, pela opinião liberal, porque a característica mais marcante dos políticos, após 1930, tem sido de terem, estes políticos, um discurso voltado apenas para os direitos sociais, sem a contrapartida dos deveres. Sendo considerados populistas também por não dizerem de onde viriam os recursos financeiros necessários para poder se concretizar esses direitos.

Também, segundo a opinião liberal, o governante populista procura estabelecer uma relação direta com o povo, passando ao largo dos partidos políticos e dos parlamentos, como, por exemplo, através de plebiscito.

Atualmente os partidos nos quais o populismo não é explicito: PMDB, PT e o PSDB, oriundo do PMDB, assumiram os papéis principais no jogo político, ao lado do DEM (Antigo PFL) e PP, oriundos dos antigos partidos de apoio aos militares: ARENA e PDS.

Outro traço do estilo político de Getúlio, depois copiado por vários políticos, é a espera paciente do momento certo de agir no jogo político. Getúlio ensinava essa paciência aos adeptos, como quando aconselhou, em 1953, o deputado paulista Vicente Botta:

"Nunca te atires contra a onda, espere que ela passe, então aja!"
Getúlio Vargas

Por: José Fortes

Cultura no Brasil República

Cultura no Brasil RepúblicaPoucas sociedades do mundo atual sofreram tão profundas modificações como a sociedade brasileira nos últimos séculos. Não devemos esquecer que a pouco mais de cem anos existia a escravidão no Brasil. As terras eram ocupadas por imensos latifúndios controlados por poderosos os fazendeiros que detinham todas as instâncias da autoridade. O sistema patriarcal era o dominante, havendo uma absoluta e vertical obediência ao chefe clânico, materializado, na política, pela figura do coronel.

A Igreja Católica era poderossíssima e exercia sem freios o controle da vida moral e cultural do País. Esta sociedade trazia em si profunda aversão ao trabalho manual, à máquina e às coisas modernas de uma forma geral.

A partir de 1930 este perfil sócio-econômico começou a ser alterado. Surge a consciência da necessidade de industrializar o Brasil. Uma imensa siderurgia - a de Volta Redonda - é construída e inaugurada em 1945.

São Paulo torna-se um dinâmico centro industrial, um dos maiores do mundo, atraindo capitais e mão-de-obra de todas as partes. A estrutura familiar alterou-se com a industrialização e a urbanização. A casa grande da fazenda deu lugar ao moderno arranha-céu e ao edifício comercial. Uma imensa classe operária concentrou-se nas periferias das grandes cidades. Neste século a população aumentou mais de dez vezes e nossos recursos agrícolas, industriais e comerciais projetara o Brasil como a oitava potência econômica do mundo capitalista.

Hoje, mais de 70% dos brasileiros vivem nas cidades, especialmente nas grandes capitais dos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco e Rio Grande do Sul.

Grande parte da riqueza brasileira vem do seu amplo parque industrial que produz praticamente todos os artigos de uma moderna sociedade de consumo de massa e de uma agricultura em fase de intensa mecanização voltada para a mecanização voltada para a exportação.